Os Filmes e “Objetos” Mais Esperados do Começo de Ano

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Ano Novo, Filmes Novos

Todo começo de ano é a mesma história. Tentamos deletar da memória tudo aquilo que não aconteceu como esperávamos e nos enchemos de expectativas para o que poderá acontecer. Num passe de mágica tudo muda e as receitas mais mirabolantes para o sucesso parecem fazer todo sentido.

Apesar do ano passado não ter sido lá tão generoso comigo, minha lista infalível para este ano não inclui esquecer os dissabores de 2014… Mas por via das dúvidas passei a virada com a camisa da seleção pentacampeã de 2002, pois além de ser amarela (dizem que traz dinheiro) com ela nunca tínhamos perdido de 7×1. Naquele fatídico 8 de julho minha camisa da sorte ainda estava secando, pois havia usado alguns dias antes, na vitória contra a Colômbia.

Já o que aconteceu de bom, serve de inspiração para 2015. E como tudo na vida têm dois lados, o mesmo ano desastroso para o esporte brasileiro (o dia 07/01 será piada para sempre!) também será lembrado pelo título inédito do Gabriel Medina no Surf.

Discorri toda essa historinha sobre êxito e fracasso no esporte para fazer uma “rica” analogia à safra de filmes em 2014, que produziu (aqui vai a analogia) o constrangedor “Juntos e Misturados” (o vexame do ano) ao mesmo tempo em que lançou grandes filmes como: “12 Anos de Escravidão”, “Ela”, “Sob a Pele”, “Lucy”, “Garota Exemplar”, “O Grande Hotel Budapeste” e “Nebraska”(os campeões do ano!). Claro que aqui existe uma questão de preferência e para a “minha”, fiz questão de inverter a goleada, citando sete ótimos filmes contra apenas um que não me agradou.

E já que as promessas de ano novo são inevitáveis, é melhor que sejam plausíveis. Se aquela viagem inesquecível não vai dar pé, há sempre a opção de um bom filme! Listei cinco que estão em destaque no começo de 2015 e que devem ser lançados nos cinemas ou em DVD/Blu-ray nas próximas semanas.

Boyhood – Da Infância à Juventude

O filme acompanha a vida e as transformações de Mason (Ellar Coltrane) durante doze anos. Filho de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette), os acontecimentos neste período são comuns a muitas pessoas, trazendo uma identificação imediata com a história e com os personagens. Deve ter várias indicações ao Oscar e provavelmente ganhe o prêmio de melhor diretor e filme.

Whiplash – Em Busca da Perfeição

Andrew (Miles Teller) é um jovem baterista que entra para a orquestra principal do conservatório de Shaffer, ele sonha em ser o melhor de sua geração e marcar seu nome na música americana. Mas a convivência com o abusivo maestro Terence Fletcher (J.K. Simmons) transformará o sonho de Andrew em obsessão. Com atuações brilhantes de J.K. Simmons (ganhou o Globo de Ouro e deve levar o Oscar) e de Miles Teller, é um filme imperdível para os apaixonados por música.

O Abutre

Sem conseguir um emprego formal, Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) mergulha no submundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles. Sua rotina inclui coberturas de crimes e acidentes impressionantes para venda a veículos de imprensa interessados. A atuação marcante de Jake Gyllenhaal deve ser lembrada com uma indicação para o Oscar.

A Teoria de Tudo

Filme baseado na biografia de Stephen Hawking mostra o período em que o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez importantes descobertas científicas, se apaixona pela estudante Jane Wide (Felicity Jones) e descobre uma doença motora degenerativa. Parece redundante a esta altura, mas o jovem ator Eddie Redmayne também está bem cotado ao Oscar de melhor ator (venceu o Globo de Ouro) por sua atuação neste filme.

Relatos Selvagens

Seis histórias com personagens no limite entre as convenções sociais e o total descontrole. Com um humor ácido, o diretor argentino Damián Szifrón presenteia o espectador com um filme cheio de referências e muito inteligente acima de tudo. Essa história de que o cinema argentino é melhor que o nosso já é batida, mas não dá para negar que as grandes bilheterias de lá são infinitamente melhores que as de cá.

 

Somos Todos Pau de Selfie


Pau de Selfie

 

Peço desculpas aos seis amigos que leem esta coluna e que eventualmente procuram alguma ideia sobre um filme ou coisa que o valha. Não resisti a tentação de entrar na acalorada repercussão do objeto mais cobiçado deste ano novinho em folha: O pau de Selfie! (O cara que escolheu esse nome é gênio!)

Nem sei se este invento é tão novo quanto o meu conhecimento sobre a sua existência. O fato é que estou sempre alguns modelos atrás em relação ao último lançamento tecnológico. Meu celular, por exemplo, não faz “Selfie”, porque se eu virar o aparelho para tirar um auto-retrato, dificilmente conseguirei acertar o dedo na tela para congelar a imagem. Portanto, nem que eu quisesse um “pau de Selfie”, não faria sentido para mim. Mesmo assim, acho injustas as críticas que os intelectuais e formadores de opinião andam desferindo a este pobre “objeto fálico para investimento narcísico”, como vi num site de humor.

O que diferencia os seres comuns daqueles que se sentem “intelectualmente superiores” nas redes sociais é que enquanto os primeiros postam selfies e fotos de suas vidas felizes e aparentemente perfeitas os segundos discutem em posts inteligentinhos, as motivações dos terroristas que assassinaram os cartunistas da revista Charlie Hebdo. O sentimento de pertencimento é comum e o exercício “narcísico” varia de acordo com a imagem que queremos que tenham de nós. Eu posso ser o mochileiro descolado, o poeta romântico, o amante perfeito, o marido dedicado, o pai presente, o defensor dos animais, ou tudo isso ao mesmo tempo. Os maiores críticos das redes sociais ou das “modinhas” que elas disseminam compensam suas ausências dos perfis virtuais forjando perfis “reais” como lhes convém. Exatamente como sempre foi.

Li recentemente uma matéria dizendo que mentimos uma vez a cada quatro interações sociais. Falamos uma “inverdade” a cada 10 minutos ou contamos de 10 a 100 mentiras por dia. O bem estar social e a paz mundial dependem dessas “mentirinhas”, por isso não as levamos em conta. A maioria das relações que mantemos são superficiais e sugerem que passemos uma imagem que seja conveniente. Por isso não consideramos as mentiras ou as contradições na hora de contar uma história ou postar aquela foto de sorriso amarelo, aquele jantar descolado, aquela frase engraçada, os poemas rebuscados, as opiniões polêmicas ou as dicas que não interessam a ninguém. E claro, tudo isso passa pela autoimagem e autoafirmação; precisamos do olhar e da aprovação do outro para nos reconhecermos.

Com tudo isso, a intimidade ainda vai existir, as amizades devem continuar e os relacionamentos “in loco” não ficarão obsoletos. Alheios às críticas, adeptos do pau de selfie organizam encontros de usuários, o que é sempre muito bom para “aproximar” as pessoas. Para os mais animados, há a opção de um bloco de carnaval no Rio de Janeiro intitulado: “Pega no meu Pau de Selfie e Balança” (Se o criador deste bloco tivesse um perfil no falecido Orkut, poderia dizer que tem o humor sagaz). E assim seguimos, até uma próxima “modinha” surgir, para incomodar os combatentes do “status quo” e alegrar a massa! No fim das contas #somostodospaudeselfie.

 

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