Fazendo Escolhas

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labirinto

A vida é feita de escolhas. Este é um daqueles ditados piegas que todo livro de auto-ajuda pode perfeitamente usar como sub título. E que cai bem em qualquer palestra motivacional.

Talvez porque seja mesmo lugar comum, por ser óbvio, por ser verdade. Uma constatação bastante coerente, quando tiramos da afirmativa o tom de “conselho para alcançar o sucesso”.

Dado o fato de que temos o livre arbítrio desde sempre e legalmente, ao menos após os 18 (pelo menos por enquanto e aqui no Brasil) podemos nos responsabilizar, ou ser responsabilizados pelas nossas decisões, cujo sinônimo no dicionário significa escolhas.

O que talvez falte no chavão que inicia este texto é uma notinha de rodapé, que nunca encontrei em nenhum livro de auto-ajuda, escritura sagrada ou legislação, que explique que sempre uma escolha precede um ganho, porém decorre de algumas perdas. Normalmente a proporção de ganho é muito menor do que a de perdas, quantitativamente falando.

Qualitativamente, quando o ganho, independente da quantidade, é maior que a perda, podemos concluir que a escolha foi acertada. O inverso também é possível. … quando a perda é maior que o ganho – a escolha foi equivocada. Premissas perfeitas para um resultado inquestionável.

Mas, em se tratando do fato de que, quem faz as escolhas são os seres humanos, os inventores da subjetividade nada e tão simples assim.

Quantas vezes na vida escolhas aparentemente fáceis de serem feitas trazem resultados inesperados e infelizes.

Isso porque temos mania de prever os acontecimentos e essas previsões são feitas conforme nossas opiniões, que são carregadas das nossas próprias impressões, preferências e definições, muitas vezes completamente avessas àquelas de quem estará realmente envolvido na situação quando esta de fato acontecer.

Ou seja, imaginamos o que queremos que aconteça a partir de nossas escolhas e claro, imaginamos o melhor dos cenários e as fazemos a partir desta pressuposta expectativa, que na maioria das vezes não será atingida.

Quando nos damos conta é tarde demais… a escolha já foi feita e não dá para voltar no tempo, então nos sentimos culpados ou pior, bem pior, culpamos os outros, que sequer sabem o que realmente está acontecendo.

Escolhas realmente conscientes estão diretamente ligadas à expectativas coerentes, centradas nos cenários mais previsíveis e não nos mais desejados. Traduzo esta consciência na frase de Bertrand Russell “não possuir algumas das coisas que desejamos é parte indispensável da felicidade”.

Flávia de Oliveira

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