Tudo novo de novo

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“Vamos começar colocando um ponto final. Pelo menos já é um sinal, de que tudo na vida tem fim”. Começar um texto com o título e o trecho de uma música, definitivamente, não é algo original, mas peço uma licença poética, afinal esta é a minha nova e repaginada coluna no melhor, novo e repaginado portal de notícias da cidade, o Nossa Jacareí.

Novamente me inspiro no grande artista Paulinho Moska, pela admiração e identificação, obviamente, mas também pela personalidade que imprime em seus trabalhos, sempre se reinventando, atuando em vários projetos artísticos, não só na música como também no cinema, na fotografia, no teatro. E que fique bem claro, falo da inspiração de ideias, pois além de não ter a pretensão de imita-lo, estou anos luz atrás do seu talento. Se ele despretensiosamente se intitula um “metido a besta profissional”, pela forma plural de compor seus projetos, eu nem me profissionalizei, sou um “metido a besta”, e só.

Se reinventar é uma arte, e apesar de muitos se esforçarem no sentido contrário, mesmo involuntariamente as mudanças acontecem. Como “metido a besta” era um predicado que não passaria muita credibilidade para alguém que deseja escrever sobre cinema, música e trivialidades, acrescentei o “distraído” para combinar com o novo nome da coluna.

Ser distraído não é uma virtude nos dias de hoje. Pelo contrário, a distração é uma espécie de inimiga da produtividade, prima da preguiça, tá ali, lado a lado com o glúten e a gordura trans… Ninguém diz que é distraído na dinâmica de grupo para a vaga de emprego quando pedem para enumerar seus “pontos a desenvolver”. Tudo bem, às vezes eu falo para o entregador de pizza que moro perto do Compre Bem (pelo menos não uso o Supermercado Dias como referência!), confundo a Rua Bernardino de Campos com a Siqueira Campos e no auge da distração combinei um “encontro” para o meu cachorro com um dono de uma cachorrinha que estava no cio… Quando estava tudo certo, ia só marcar o dia e o horário, lembrei que tínhamos castrado o Fred há cinco anos.

Mas não é desta distração que o título da coluna remete. Falo daquela que nos permite relaxar um pouco diante da dureza do dia-a-dia, que como diz a canção da Zélia Duncan, nos faz rir de nós mesmo. Aquela que um desses “Best Sellers Corporativos” trata como “ócio criativo”.

http://https://www.youtube.com/watch?v=5tiR7A-4_J4

Infelizmente, diante de tantos estímulos, não estamos dando conta das opções para nos distrairmos… É o que acontece com o sujeito que não larga o celular nem quando está no cinema! É a distração na distração… Ao invés de relaxarmos criamos um novo sentido para a urgência. Em breve a palavra “tédio” deve entrar em desuso e entediar-se pode virar um tipo de violação. Estamos combatendo ansiedade com mais ansiedade.

Durante quatro anos usufrui do nome “Um Convite ao Olhar” como homenagem a um delicioso curso de cinema que fiz e a seus idealizadores. Senti que já tinha aproveitado bastante o “name rights”, ponto final. Continuo o mesmo, mas numa nova versão! Agora é “tudo novo de novo”… Agora quero seguir “olhando o céu, chutando lata e assoviando Beatles na praça”! Vida longa ao velho, novo Nossa Jacareí!

email: [email protected]

 

 

 

 

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