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Nessa semana, tivemos o prazer de mergulhar nas fotografias e também na história de vida de um casal que no ano passado completou 50 anos de união, 50 anos de amor, de cumplicidade e de muitas histórias e fotografias para nos mostrar. Visitamos a casa de Laerte Pupo e Myriam Labaki Pupo, que além de ainda serem apaixonados um pelo outro, também compartilham a paixão por registrar os momentos juntos e guardá-los tanto nas lembranças quanto nos álbuns de fotos. A fotografia tem o poder de guardar para sempre um momento especial, e mesmo que os anos se passem, ela permanece, o amor também faz isso. Por isso, que essa semana nossa coluna é sobre o amor registrado nas fotografias de Laerte e Myriam.
Laerte e Myriam se conheceram em 1963. Ela da família Chebel Gerab Labaki eele da família Barbosa Pupo, ambas metodistas. Laerte passa sua infância e adolescência em Valparaiso e Adamantina. Enquanto isso, Myriam e sua família estavam em São Carlos. Mas o destino começa a unir o casal trazendo Laerte a São Paulo em 1954, para terminar o científico e depois cursar faculdade de engenharia.
Myriam veio no início dos anos 60 para trabalhar no departamento de física da USP. Até que em 1963, no comício do ministro da Educação do então presidente João Goulart, Myriam e Laerte finalmente se conheceram, e se tornaram amigos, mas bastou uma viagem para o acampamento da Mocidade Metodista em Bertioga para a amizade transformar-se em namoro. Começa a ditatura militar, ano em que Laerte se forma em Engenharia, transfere-se para a cidade de Jacareí e começa a trabalhar na Fábrica de Válvulas Schrader do Brasil. Noivaram em janeiro de 1965, e casaram-se em 18 de setembro 1965. Neste mesmo ano mudaram-se para Jacareí, e iniciaram essa longa caminhada que os esperava com muitas surpresas, emoções, tristezas, mas muito amor e respeito.
Passar a tarde com Laerte e Myriam para poder escrever um pouquinho dessa história é aprender muito sobre o verdadeiro significado do amor. Durante a entrevista, os dois vão nos abrindo os álbuns e os corações, e enquanto um fala o outro ouve, se um começa a falar o outro para e escuta, e se olham com a mesma paixão que está registrada naquelas primeiras fotos do noivado e do casamento.
Laerte e Myriam quando chegaram a Jacareí tiveram que aprender a morar longe das famílias e se estabelecer em uma cidade que ainda tinha poucos recursos; não foi uma tarefa fácil. Mas eles conseguiram superar as dificuldades, e formaram uma família linda. Tiveram quatro filhos: Maurício, Vinicius, Juliana e Beto. O tempo vai passando, a casa estava sempre cheia de parentes, alegria e fotografias, é claro. Com muito esforço e responsabilidade todos os filhos se formam. Mas em 1997, vem a maior de todas as dores, a perda do filho Maurício, vítima de um acidente. E o amor mais uma vez se mostra presente para suportar e para guardar essa dor, que nunca poderá ser superada. Mas que dessa saudade fique registrado os bons momentos que serão guardados para sempre. Mas, inexorável, a vida continua.
No ano passado, Myriam e Laerte comemoram todos esses anos de união, amor e superação, e no álbum das bodas de 50 anos, podemos ver fotos da festa e de toda a história do casal. Eles contam que foi um trabalho difícil selecionar as fotos mais importantes, porque eles faziam questão de registrar todos os momentos e cada foto tem uma história especial. Eles também falaram que gostam de poder pegar e sentir as fotos, no papel ou nos álbuns, mas que hoje em dia, muitas pessoas tiram fotos e só as armazenam no meio digital. Seu Laerte é um grande fotógrafo e traz essa paixão pela fotografia há muitos anos. Myriam é muito ligada a história e disse que sempre teve vontade de fazer um curso de arquivista.
A casa do casal é repleta de alegria, fotos e um lindo jardim,
cheio de plantas, e com eles podemos aprender que o amor é isso, é saber cultivar, é cuidar de quem se ama, e guardar os bons momentos nas fotografias, na lembrança e no coração.
Sabe a diferença de amar e de gostar? Se gostamos de uma flor, a arrancamos e a colocamos em um vaso, mas se amamos uma flor nós a regamos e cuidamos dela. E isso é o que fez esse amor durar tantos anos, e agora forma esse belo jardim que nós encontramos na casa de Myriam e Laerte. Parabéns por saberem cultivar e também registrar muito bem essa história, cheia de amor e fotografias.
Fotos: Danilo Aquino
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