A Foxconn terá duas fábricas de telas no Brasil e já possui parceiros nacionais, disse nesta quinta-feira (13) o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, sem revelar prazos e a localização de ambas as unidades.
A companhia taiuanesa presta serviços para a Apple, como a montagem do iPad, e já havia indicado interesse e ter fábricas de telas no país.
“As duas fábricas são na área de display (telas). Nós estamos buscando concluir a negociação da primeira fábrica, mas serão duas”, disse Mercadante a jornalistas após reunião com o presidente da empresa, Terry Gou, e a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Segundo ele, a construção da primeira fábrica já estará associada à segunda planta. Seis Estados –não revelados– brigam para sediar as unidades, que não necessariamente serão em dois Estados diferentes.
A expectativa é iniciar a fabricação dos produtos antes da Copa do Mundo de 2014, a ser disputada no Brasil. Somente quatro países no mundo produzem telas sensíveis ao toque, nenhuma delas no Ocidente, disse Mercadante.
O ministro afirmou ainda que o governo brasileiro deseja que o Brasil seja o primeiro a fabricar tais produtos e que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é indispensável para o projeto.
“Estamos falando de bilhões de dólares. Vamos aguardar a conclusão da negociação. Tem parceiros nacionais que estamos conversando. Evidentemente o BNDES é indispensável nessa operação e tem participado de todas as negociações”, afirmou o ministro.
Temas como logística –especialmente na questão aeroportuária–, disponibilidade de área, distribuição de água e energia, rede de fibra ótica e formação de mão de obra estão sendo analisados, disse ele.
Gou reafirmou que a Foxconn investirá 12 bilhões de dólares no país nos próximos quatro e seis anos e disse que contará com parceiros locais, mas não forneceu detalhes.
O executivo reassegurou a perspectiva de iniciar a montagem do iPad e do iPhone, da Apple, em dezembro, na fábrica da empresa em Jundiaí, no interior do Estado de São Paulo.
Mercadante havia dito no fim de setembro que um dos principais problemas para a implantação da fábrica de iPads era encontrar um sócio brasileiro capacitado.
A presidente Dilma Rousseff sancionou na terça-feira a lei que inclui os tablets no regime que dá incentivos fiscais para produção de bens de informática.
A inclusão dos tablets na chamada “Lei do Bem” permite que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) baixe nestes produtos de 15 para 3 por cento. Além disso, a alíquota do PIS/Cofins cai de 9,25 por cento para zero.
Sob este regime de incentivos, pela chamada “Lei do Bem”, empresas como Samsung, Motorola e Positivo Informática já iniciaram suas operações de montagem de tablets.
IG