Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo desta sexta (11), o técnico são-paulino Emerson Leão criticou as atitudes de vaidade e o comportamento religioso no futebol.
“A nova geração de homens usa brinco e tatuagem. Porque é a geração da noite, do funk, do piercing. Não é a geração da liberdade, da constetação, como foram os hippies. É a geração da vaidade, da autoafirmação. Mas eles, artistas, dançarinas de bunda de fora, jogadores, foram capturados [pela indústria da fama]. Todo time tem uma ou duas exceções, e elas são tratadas como bibelôs. Eu tenho um Picasso em casa e ninguém pode ver”, afirmou o técnico.
Leão também criticou o excesso de religiosidade de alguns atletas. “Eu já dirigi time que, de 20, 16 eram de uma comunidade (religiosa). Você falava aqui, e o pastor mudava tudo de lá. Eu falei: ‘presidente, vamos tomar uma atitude?’. Ele disse: ‘mas Leão, aí vamos ficar sem jogadores para jogar”. Lógico que tem os que te ajudam, mas tem os aproveitadores. Isso vale também para os empresários. Se eles apresentam um negócio, devem ganhar dinheiro com isso. Mas eles não estão satisfeitos: querem ser os donos. O jogador religioso perde um pênalti, perde outro e fala: ‘Deus quis assim’. Pô, colabora com ele. Todo mundo pede coisa para ele. ‘Mas no futuro ele vai me reservar coisa melhor’. Sério, já cansei de escutar isso”, disse.