Advogado de ex-goleiro do Fla nega ter dito que Eliza Samudio está morta

0 0

O advogado Franscisco Simim, que defende Bruno Fernandes e a ex-mulher do goleiro Dayanne de Souza, negou nesta segunda-feira que tenha dito que Eliza Samudio está morta, conforme publicou na última sexta-feira um jornal mineiro.

“Não declarei hora nenhuma isso, que ela esteja morta. Essas palavras eu não proferi. Quem deu essa notícia foram (os jornais) O Tempo e o Super. Na hora adequada eu vou ter uma conversa com esse pessoal. Eu quero é soltar o Bruno, e ele vai ser solto. Isso não é verídico. Depois que soltar o Bruno, vou falar sobre isso. O Brasil todo quer saber onde ela está e logo eu que vou saber?”, questionou.

De acordo com o texto assinado pela jornalista Tâmara Teixeira, Simim afirma que “seria uma bobagem negar que houve o crime. O corpo dessa moça nunca apareceu porque ela está morta, mas Bruno não é o mandante e não teve nada com isso. A última vez que Bruno viu Eliza, ela estava viva”.

Para o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa a mãe de Eliza, seu colega de profissão precisa “honrar as calças”. “Se ele falou aquilo com a repórter do Super, ele tem que honrar as calças dele e não pode voltar atrás desse jeito. Ele vai ter que explicar tudinho, porque se ele disse aquilo, ele tem de se explicar”, sustenta.

Diante da alegação de que as informações no jornal são “inverídicas”, Lima rebate garantindo a integridade da repórter. “O Francisco Simim deu uma entrevista para o jornal Super no dia 23 e disse para a Tâmara – que eu a conheço e sei que ela não está mentindo – que a Eliza estaria realmente morta. Ele disse ainda que os outros réus irão segurar a bronca e o Bruno vai ser vendido para Itália. Depois de vendido e estar jogando na Itália, ele iria mandar dinheiro para os outros aqui”, diz o defensor.

Segundo Lima, Simim planejou junto a Bruno as fortes declarações porque “gosta de aparecer”. “Depois o Bruno voltou atrás e falou que não era mais para ele dar a entrevista, mas ele já tinha dado a entrevista e já estava nas bancas de jornais”, afirma, acrescentando que vai pedir para sua cliente “cobrar do Simim onde estão os ossos da filha dela” e que o advogado do goleiro “está tentando mudar a estratégia para tirar o Bruno da cadeia”.

O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

 

Terra

Happy
Happy
0 %
Sad
Sad
0 %
Excited
Excited
0 %
Sleepy
Sleepy
0 %
Angry
Angry
0 %
Surprise
Surprise
0 %


Comentar via Facebook

Comentário(s)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *