Cultura japonesa é tema de exposição que começa hoje

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Depois da árabe, é a vez da cultura japonesa ser atração em Jacareí. Começa nesta sexta-feira (25), no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, a mostra “Contribuição da Colônia Japonesa na história de Jacareí”, que reúne fotografias, danças típicas, músicas, oficinas de origami e caligrafia e comidas típicas. Outra atração que promete divertir o público é o cosplay – performance feita por artistas vestidos de personagens de mangás e animações japonesas.

O evento tem como objetivo valorizar as diversas culturas que contribuíram no desenvolvimento da cidade. “No mês passado, a população teve a oportunidade de conhecer mais sobre a presença árabe em Jacareí. Agora destacamos a cultura japonesa”, disse a presidente da Fundação Cultural, Sonia Ferraz.

História – A família Shoji foi a primeira a chegar em Jacareí, em 1927, e se instalou no bairro Bom Jesus, onde trabalhou na administração de fazendas. Segundo a Associação Cultural e Desportiva Nipo-brasileira de Jacareí, estima-se que a população de descendentes japoneses da cidade é de 2.500 pessoas.

No começo da imigração japonesa em Jacareí até os anos de 1980, a produção de hortifrutis teve grande influência na economia da cidade, com destaque para o cultivo de tomates e flores.

Hoje, com a mudança no perfil econômico da cidade, que passa a ganhar destaque na produção industrial, os descendentes japoneses já não se concentram mais na agricultura”, comenta o vice-presidente da Associação Nipo-brasileira, Edgard Sasaki.

Cultura – Preservar as tradições da cultura japonesa é uma das preocupações dos descendentes dos imigrantes que chegaram aqui há 85 anos. Para isso foi criada a escola japonesa, vinculada à Associação Cultural e Desportiva Nipo-brasileira de Jacareí, que mantém várias atividades esportivas e culturais – artes marciais, jogos, karaokê, música e dança. “A escola foi criada com o objetivo de preservar nossas tradições culturais”, afirma Sasaki.

Homenagem – Durante a mostra, a Fundação Cultural de Jacarehy vai homenagear a japonesa Haya Miyakawa, 94 anos, e o japonês Shoichi Takehara, 99 anos. Ambos são considerados os mais idosos da colônia japonesa de Jacareí.

Haya chegou ao Brasil em 1961, com o marido Kunio Miyakawa, hoje com 96 anos, e três filhos (Kuniaki, Kazuo e Yukiko). A família, vinda de Ishikawa, no Japão, foi acolhida na colônia japonesa, no bairro Jamic, em Jacareí. Haya, assim como o marido Kunio, fala com dificuldade o português.

Segundo o filho, Kuniaki, de 71 anos, ela goza de boa saúde. “Não tem nenhuma doença crônica e come de tudo”, garante. Haya tem 11 netos e 10 bisnetos.

O outro homenageado, o comerciante Shoichi Takehara, que chegou ao Brasil há 57 anos, acompanhado da mulher Yachie Takehara. O casal veio no navio América Maro, que saiu do Japão em 15 de fevereiro de 1955 e atracou no porto de Santos no dia 22 de abril daquele ano.

No Brasil, o casal foi direto para Santo Amaro, onde trabalhou na lavoura. Segundo a nora Luiza Takehara, durante alguns anos a família ficou mudando de cidade em cidade, até se estabelecer em Jacareí, em 1963. “O meu sogro chegou a morar na beira da estrada, sendo obrigado a montar uma tenda para abrigar a família, porque prometeram terras para ele plantar e não cumpriram. Foi uma vida de muita luta. Depois chegaram a Jacareí onde conseguiram comprar um terreno para cultivar amendoim, tomate e alface, e trabalharam como feirantes”, revela Luiza.

O casal Takehara tem quatro filhos, 10 netos e três bisnetos. Takehara também só se comunica em japonês. “Como sempre conviveu com os filhos que aprenderam português nunca se preocupou em aprender o idioma local. Os filhos acabaram sendo intérpretes”, comenta a nora Luiza Takehara.

Serviço

Mostra “Contribuição da Cultura Japonesa em Jacareí

de 25 a 27 de maio, das 19h às 22h

Local: Museu de Antropologia do Vale do Paraíba

rua XV de Novembro, 143, Centro

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