“Travessia de Diabo Coruja na selva de asfalto onça” é o título da exposição de graffiti que pode ser vista no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba.
A exposição é composta por 28 telas de Angela Tuti, Chico Batista e Tainã Moreno, além de fotos e um videodocumentário sobre o processo de criação e execução dos três artistas. Ao visitante é possível identificar nas telas lendas como a chuva de sapos que um dia atingiu a cidade, a cultura local marcada pelas danças folclóricas e os violeiros. Personalidades como o jogador de basquete Ubiratan e o sanfoneiro Zé Cupido também inspiram os artistas.
Tuti explica que a exposição foi concebida com o objetivo de homenagear Jacareí, que completou 362 anos no último dia 3 de abril. “Olhamos atentamente para a cidade, vasculhamos o seu passado. E através da visão e traços dos três artistas, parte da história de Jacareí vai sendo revelada.
Entretanto, em muitas das telas não retratamos exatamente o fato, mas apenas fragmentos”, comenta a artista plástica, em sua primeira experiência com o graffiti. “Fui convidada pelo Tainã. E me surpreendi, pois o graffiti é um grande desafio, a gente está sujeito ao inusitado. O muro que pintamos pode estar torto, esburacado. Trabalhamos com a intempérie, temos que saber lidar com a chuva e o vento que podem ocorrer de uma hora pra outra e interferir totalmente no nosso trabalho”, avalia.
De acordo com Tuti, durante um ano o trio rodou a cidade, conversando e ouvindo as pessoas para descobrir histórias. “Descobrimos que há muitas histórias, afinal são 362 anos! E escolher o que iríamos retratar não foi fácil”, diz.
Serviço – Museu de Antropologia do Vale do Paraíba: rua XV de Novembro, 143, Centro. Aberto de terça a sexta, das 9h às 17h, e sábado e domingo, das 11h às 17h. Entrada gratuita.