Comissão define nove pré-selecionados para conduzir a Tocha Olímpica em Jacareí

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tóA Secretaria Municipal de Esportes e Recreação de Jacareí divulgou os nomes de nove pessoas, pré-selecionadas por uma comissão, para conduzir a Tocha Olímpica durante sua passagem por Jacareí, rumo às Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.    Estes não são os condutores indicados pelos três patrocinadores oficiais do evento – Coca-Cola, Nissan e Bradesco -, mas fazem parte de um outro grupo de pessoas indicadas pela Comissão Organizadora do Revezamento da Tocha Olímpica, composta por representantes da Prefeitura de Jacareí, membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) e do Ministério dos Esportes. Dos nove pré-selecionados, quatro serão escolhidos pela comissão para conduzirem a tocha.

Os indicados são Antônio Leme (Tó), Matheus da Cruz Daniel (Mathias), Vitória Maria Souza Costa, Tadeu Teixeira de Rezende, Paulo Graça, Daynara Lopes Ferreira de Paula, Rílany da Silva Aguiar, Rosemary Nogueira Clauset e José Maria de Souza (Zequinha). Confira abaixo o perfil de cada um.

Dos pré-selecionados, Mathias deve participar dos Jogos também como competidor. Ele é atleta dos os Tupis, como é conhecida a seleção brasileira de rugby. Muito empolgado, ele comentou sobre o fato de ser um dos representantes do mais forte símbolo olímpico: “É uma honra muito grande ser lembrado em meio a tantos atletas de alto nível”, disse. “Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças, a minha família, à comissão e ao Jacareí Rugby, por estar presente em todos os momentos da minha vida”, completou o atleta.

Jacareí foi convidada pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos a ser uma das cidades por onde vai passar a Tocha Olímpica.

A tocha deverá passar por Jacareí entre os meses de julho e agosto de 2016. De Brasília até o Rio de Janeiro, a tocha passará por cerca de 300 cidades, pernoitando em 83 municípios e será conduzida por aproximadamente 10 mil pessoas, sem que sejam necessariamente atletas conhecidos ou celebridades.

Saiba mais – A Tocha Olímpica ou Fogo Olímpico é o mais importante símbolo das Olimpíadas. Sua origem reside na Grécia Antiga e ela representa a lenda de Prometeus, que roubou o fogo do deus grego Zeus para entregá-lo aos mortais. Na Grécia Antiga, o fogo já era mantido por toda a celebração dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. A Tocha Olímpica, com seu significado ancestral, foi reintroduzida nos Jogos Olímpicos de 1928 e, desde então, faz parte das Olimpíadas Modernas. O percurso da Tocha Olímpica foi introduzido nos Jogos de Berlim, em 1936.

Atualmente a Tocha é acesa vários meses antes de cada Olimpíada, na cidade de Olímpia, na Grécia, local dos Jogos da Antiguidade. Na cerimônia, onze mulheres representando sacerdotisas acendem a Tocha pela luz do sol, com seus raios concentrados por um espelho parabólico.

O revezamento da Tocha Olímpica termina um dia antes da cerimônia de abertura dos Jogos. A última pessoa a conduzi-la é tradicionalmente mantida em segredo até o último momento. Geralmente é uma celebridade esportiva do país anfitrião, que corre até a Pira Olímpica, colocada no topo de uma escadaria, e a acende com o Fogo Olímpico, que queima na pira até ser apagado na cerimônia de encerramento.

Confira abaixo os perfis de cada um dos pré-indicados a conduzir a Tocha Olímpica em Jacareí.

Antônio Leme (Tó) – bocha paraolímpica: Portador de Paralisia Cerebral, Tó vendia doces e salgados no centro de Jacareí, locomovendo-se em uma cadeira de rodas elétrica. Em 2006 ele conheceu a bocha adaptada, por intermédio do professor de Educação Física Carlos Eduardo, o Dudi, que descobriu e revelou seu talento. Desde então Tó passou a se dedicar a essa modalidade paraolímpica. Sua conquista mais importante foi esse ano, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá, onde ganhou duas medalhas de bronze; uma no individual e a outra em duplas. Tó tem como calheiro o seu irmão Fernando Leme que, além de segurar a calha por onde a bola é jogada durante as partidas, ainda atua como intérprete de Tó durante as viagens e entrevistas.

Matheus da Cruz Daniel (Mathias) – rugby: Mathias começou a jogar rugby em 2007, pelo Jacareí Rugby. Em 2010 ele ganhou uma bolsa de estudos para defender a equipe de Curitiba (PR) durante aquela temporada e, no ano seguinte, voltou para o Vale do Paraíba, defendendo a equipe de São José dos Campos. Neste mesmo ano teve sua primeira convocação para a seleção brasileira. Em 2012 Mathias jogou pela seleção brasileira de Rugby Sevens, formato olímpico da modalidade, em que os times jogam com sete jogadores, em vez de 15 do formato convencional. Atualmente Mathias joga no Jacareí Rugby.

Vitória Maria Souza Costa – natação paraolímpica: Vitória é uma menina determinada, que perdeu a visão com um ano e meio de idade. Pratica natação e compete representando Jacareí, conquistando vários títulos regionais e estaduais. Gosta muito de música e já aprendeu a tocar piano. Ela pretende cursar nutrição, mas ainda está no processo de escolha, realizando testes vocacionais.

Tadeu Teixeira de Rezende – professor de educação física: Formado em Educação Física, trabalha há 30 anos na Secretaria Municipal de Esportes e Recreação de Jacareí e é o professor com mais tempo de serviço no local. “Tadeuzinho”, como é conhecido pelos colegas, é pessoa extrovertida, está sempre sorrindo e de bom humor, mesmo diante das dificuldades da vida. A escolha dele como candidato a condutor da Tocha faz com que toda classe dos professores de Educação Física se sinta bem representada e muito orgulhosa.

Paulo Graça – judô: O sensei Paulo Graça é um dos mais antigos atletas de Jacareí ainda em atividade. Há 17 anos ele fundou o Clube Rodoviário de Judô, onde mantém o projeto social Paulo Graça Judô, em que dá aulas da modalidade para mais de 180 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 17 anos, gratuitamente. Aposentado da Polícia Rodoviária Federal, o sensei já foi campeão mundial na década de 70, na categoria militar. De origem humilde, teve uma infância pobre e hoje luta para manter em atividade o seu projeto social, cujo objetivo principal é afastar crianças e jovens da criminalidade e das drogas e formar cidadãos de bem e não apenas judocas. Mesmo assim, os resultados dentro do tatame também já apareceram. Um dos exemplos é o atleta Kennedy Gustavo Nogueira Silva, aluno de Paulo Graça e deficiente visual que, no meio do ano, foi vice-campeão mundial de judô em sua categoria, no Colorado (EUA).

Daynara Lopes Ferreira de Paula – natação: Nascida em Manaus (AM), em 1989, Daynara é nadadora especializada no estilo borboleta. Deu suas primeiras braçadas ainda aos sete anos de idade, em Jacareí, onde passou toda sua infância e residiu até 2003, sempre representando a cidade nas competições, naquela época ainda nas categorias de base. Daynara participou de duas Olimpíadas – Pequim/2008 e Londres/2012), dos Jogos Panamericanos e de Campeonatos Mundiais diversos, tendo obtido resultados relevantes e detém até hoje recordes importantes, como os sul-americanos dos 50 metros e 100 metros borboleta, entre outros.

Rílany da Silva Aguiar – futebol: Nascida em Jacareí no ano de 1986, a lateral direita iniciou a carreira esportiva nos gramados do Vale do Paraíba. Passou por diversos clubes e desde 2013 é convocada para defender a seleção brasileira de futebol feminino. Ano passado ela teve uma breve passagem por um time da Suécia e atualmente joga no time do Santos, mas sua residência e de sua família continuam sendo em Jacareí. No último dia 18 Rílany embarcou para os Estados Unidos, onde participou de dois amistosos, dia 21 em Seattle e dia 25 em Orlando.

Rosemary Nogueira Clauset – jornalismo: Rose Nogueira
nasceu em Jacareí (SP) em 1946; é jornalista, militante e preside o Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo. Foi presa e torturada pela ditadura militar em 1969, época em que militava na Ação Libertadora Nacional, trabalhava no jornal Folha da Tarde. Transferida para o Presídio Tiradentes, só foi libertada após nove meses, mas permaneceu sendo vigiada. Por dois anos teve que assinar semanalmente um livro na auditoria militar. Em 1972 foi julgada e absolvida. A jornalista retomou o trabalho e atuou na Editora Abril, TV Cultura, e Rede Globo, participando da criação do programa TV Mulher. Rose integra o grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo desde 2000. Entre 2006 e 2009, presidiu o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e em 2007 publicou o livro “Crimes de Maio”. Em 2011, recebeu o título de Cidadã Paulistana.

José Maria de Souza (Zequinha do Mercadão) – cultura: José Maria de Souza, 69 anos, mais conhecido como “Zequinha do Mercadão”, recebeu ano passado o título de Mestre da Cultura Viva, concedido pela Fundação Cultural de Jacarehy, por ser um dos pioneiros na arte de fazer o bolinho caipira, quitute reconhecido como patrimônio cultural do município (lei 5.497/2010). Zequinha aprendeu a fazer o tradicional bolinho caipira com a mãe, mas a tradição vem de gerações: Desde 1935 as irmãs Joaquina e Antonina vendiam bolinho caipira no “Balcão de Café São Benedito”, no antigo Mercado Municipal de Jacareí. À época as irmãs contavam com a ajuda da sobrinha, Teresa Arno de Souza, mãe de Zequinha. Em 1962, após a demolição do antigo prédio e a construção do novo, no mesmo local, Teresa assumiu o controle do comércio e continuou a servir o famoso bolinho, então com ajuda do filho Zequinha, que até hoje trabalha no local. Em 2015 o “Balcão de Café São Benedito” completa 80 anos de tradição no mesmo local, agora sob comando das quatro filhas do Zequinha: Priscila, Prislaine, Prisciliane e Prisciane.

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