Experimenta, é fraquinho!

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*Por Ana Paula Ferreira

“Tudo em excesso faz mal’’, diz o clichê que circula por aí. Mas parece que muita gente não lembra dele, principalmente quando o assunto é diversão.

O Carnaval é prova disso. Junto com as “globelezas’’, chegam na TV intensas propagandas de cerveja; que associam o álcool ao prazer e diversão garantida. A venda é alta e os danos também. Na busca incessante de mais diversão, perde-se a razão, o limite e, às vezes, a vida.

Festivais de música eletrônica e raves também são outros lugares propícios. Com a promessa de libertar mente e alma da negatividade, muitos jovens compram tickets que acabam com seus destinos. Os culpados são os “doces’’ (LSD) e as “balinhas’’ (ecstasy), que parecem inofensivos até nos nomes.

ana paula 1A diversão não tem hora, nem lugar. As consequências dela também não. O barulhento da vez é o gás de buzina, que vitimou dois jovens no mês passado. A buzina é feita de gás composto por 70 % de butano e 30% de propano, altamente tóxicos ao organismo. O gás tem a função de dar pressão ao tubo, para deixar a buzina mais forte. Quando inalado, porém, pode causar riscos severos ao sistema cardiorrespiratório.

O baixo preço dos frascos aliado à ideia de que nada de mal pode lhes atingir é o que leva muitos jovens a tentar a sorte com a buzina.

ana paula 2Menos comentado, mas também nocivo é o “purple drink’’. A bebida é importada dos EUA e composta por uma mistura de refrigerante com codeína e prometazina. A codeína, por exemplo, é um medicamento controlado pela Anvisa. A associação das duas drogas causa agitação e euforia.

O que fazer, então, diante de tantas opções traiçoeiras de felicidade instantânea?

A questão é emblemática. Se por um lado existe a responsabilidade da Anvisa em proibir a comercialização de determinadas substâncias, por outro existe uma enxurrada de informação disponível. Todos sabem que a diversão precisa ser consciente, que drogas oferecem riscos, que um minuto de insensatez pode gerar consequências irreversíveis. Dificultar o acesso é importante, mas será que diminuirá o uso? Será que as pessoas são totalmente ingênuas ou escolhem – conscientemente –  arriscar a vida? Será que não existem outras formas de diversão?

Já dizia Paracelsus, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Não é somente sobre a substância, mas sobre a quantidade utilizada. Não são apenas as drogas ilícitas. Qualquer substância de venda livre pode se tornar letal, desde que utilizada de forma inadequada – ou desde que alguém descubra que ela pode “dar um barato’’. Diante disto, cabe aos órgãos fiscalizadores trabalhar corretamente, e cabe a cada indivíduo a escolha da melhor maneira de viver.

Lembrando sempre que quem se modera, raramente se perde.

Obs:O texto não reflete, necessariamente, a opinião do NJ

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