Trago esta rosa para lhe dar

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Não é nepotismo, é nipotismo !
Estivéssemos num churrasco à porta de uma padaria ouvindo o som do carro e bastaria este trocadilho tosco entre um riso sardônico e outro para dar o assunto como encerrado.
Porém, mais por respeito ao leitor do que ao conjunto da obra da gestão que surge no horizonte, creio que seja de bom tom discorrermos um pouco sobre a nomeação de Rosa Sasaki, esposa do vice-prefeito eleito, como Secretária de Planejamento.
Irresistível não nos perguntarmos há quanto tempo esta nomeação foi planejada.
À luz do caput do autoaplicável artigo 37 da Constituição Federal do Brasil  podemos esperar o máximo de cuidado do gestor ao compor seu secretariado, pois a letra invoca que a administração pública deva prezar pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.
Ficaria feliz se aquilo que eu entendo ao ler fosse unívoco entre todos os magistrados; após a conclusão do impeachment de Dilma Roussef não consigo sentir-me seguro quanto à literalidade de nenhum texto jurídico que oscila ao sabor das conveniências das partes envolvidas.
Seriam os princípios matéria tão volátil ou a língua portuguesa um idioma estrangeiro?
Quanto à legalidade possui o príncipe eleito, na condição de jurista que é, retórica para convencer a todos de seu poder discricionário para nomear quem ele bem entender, porém quanto à impessoalidade, pesa considerar se a esposa do vice-prefeito, mesmo que apresente credenciais técnicas, não trará sobre si e à administração suspeitas de que à frente da pasta beneficiaria interesses privados em detrimento dos interesses do Município.
Os conflitos de interesses, para os que têm os olhos abertos, tornam-se evidentes não só porque a esposa do vice-prefeito será nomeada para ser a autoridade máxima sobre o urbanismo de Jacareí mas também porque o Secretário de Desenvolvimento Econômico é o proprietário de uma pujante imobiliária local e é inegável o compadrio entre eles: a esposa urbanista, o marido vice-prefeito e o amigo de fé, irmão, camarada corretor de imóveis, presidente do partido do vice e detentor das diretrizes do que serão ou não oportunidades em Jacareí em termos de empregabilidade e investimentos.
Também são inegáveis as sequelas da cupidez da especulação sobre o traçado da cidade malabarista entre a extensa várzea e suas molduras íngremes.
Quanto aos demais princípios não podemos nos precipitar em julgar a moralidade de ninguém antes que algo a desabone, mas colaboraremos sempre com a prefeitura no que tange à publicidade de seus atos administrativos para que não pairem dúvidas sobre os instrumentos disponíveis para o cidadão apreciar os recursos e a esperança de viver em Jacareí.

Obs:O texto é independente e não reflete, necessariamente, a opinião do NJ

 
Dario Bueno, 41 anos, ex-vereador em Jacareí.

 

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