Quase todo mundo um dia ouviu ou falou que “ir ao psicólogo é coisa de louco”.
Eu mesma fiz a preconceituosa quando aos meus 12 anos minha mãe cogitou que me consultasse com um. Se tem uma besteira de adolescente que me envergonha foi encarnar a rainha do drama diante de algo que eu deveria ter começado no momento em que ela me deu a ideia.
Tudo bem, nunca é tarde para aprender que não há vergonha alguma em precisar de ajuda pra gente se entender.
1 ano e meio de terapia ininterrupta, de aulas semanais sobre como existir sem julgamentos e sem culpar ou outros ou a mim mesma por coisas que frequentemente não estão ao meu alcance ( que nome comprido) ainda não foram suficientes para me colocar no mundo de uma forma estável-linear- toda plena e inabalável.
E sabem por quê? Porque é impossível.
Somos seres absurdamente únicos, acordando, trabalhando, pagando contas e tentando sucumbir ao mínimo de stress de formas que não nos destruam ou enfraqueçam a ponto de pensarmos não valermos tanto esforço.
Valemos, e muito. Algumas vezes apenas não conseguimos sozinhos, o que não é nenhuma fraqueza.
Existe importância nas suas lutas e no seu cansaço, riqueza nos seus sonhos e medos, beleza nas dúvidas e certezas. Mas se os fios que conectam seus valores estiverem embaraçados, não se envergonhe.
Nesse mundo de vez em quando horroroso há muita gente bonita disposta a ajudar a arrumar a bagunça do lado de dentro para a nossa vivência ser mais organizada aqui, do lado de fora.
Leva tempo? Pra caramba.
Você conhece alguma obra-prima que tenha sido finalizada com pressa? Nenhum grande artista trabalha assim.
Aproveite as cores e a beleza da sua primavera particular.
O setembro amarelo está acabando, mas os dias para cada um dos seus começos não param de te dar a chance de florescer.
DéboraSConsiglio