O imperfeito mundo das pessoas perfeitas

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Dando aquela passeada básica por sites de notícias, que não nos acrescentam em nada mas divertem um pouco, vi que a ex BBB Munik Nunes postou no Instagram a foto do seu novo corte de cabelo.

Até aí tudo bem, tudo normal, o esquisito foi que junto a esse post surgiu um vídeo da mãe dela chamando – a de nojenta e mais algumas ofensas que nem vale a pena replicar aqui.

Tudo por um corte de cabelo, vocês têm noção?

A Munik deixou o cabeleireiro com uma maquiagem maravilhosa, o auge da cliente perfeita e da mulher mais ainda dando o close certo, para uma rede social que se sustenta de imagens.

Em um estudo feito pela Royal Society for Public Health em 2019, apontou que para quase 90% dos entrevistados, o Instagram é a rede social mais nociva disparando gatilhos de baixa autoestima e falta de aceitação com seus feeds de gente que parece gloriosa, bem sucedida e sem problemas pra chamar de seus.

Ou seja, uma vida impossível para nós, que acabamos nos rendendo aos deuses dos algoritmos  e nos espantando quando percebemos que até mesmo a influencer, super famosa, montada ao sair do salão de beleza se desmonta diante da falta de aprovação da própria mãe.

Temos vidas diferentes, cansativas, abençoadas e imperfeitas. É preciso mais do que nunca, sabedoria para usar as redes sociais e não sermos usados por elas e urgente, paramos de fomentar e perseguir ideais que só existem online.

A gente não sabe qual é a profundeza das imperfeições que uma maquiagem pode cobrir. Filha nenhuma merece responder um destempero injustificável da sua mãe com um inseguro “mãe, cabelo cresce”.

Espero que tenha ficado tudo bem para a Munik e que ela não esqueça de que somos muito mais imensos e fortes que um cabelo comprido ou curto e curtidas no post recente do Instagram, ainda que seu trabalho dependa disso.

Aliás, o tal corte ficou lindo!

DéboraSConsiglio

 

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