Um bela homenagem ao Dia das Mães na visão de um cinéfilo

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  As Mães da Sétima Arte

 

Seja fruto da criação dos roteiristas ou baseado em fatos reais, o cinema é terra fértil de personagens marcantes cujas histórias transcendem a função de simples entretenimento. Já que estamos na semana do Dia das Mães, arrisco uma pequena homenagem através de seus retratos na telona, sem a pretensão de classificá-las ou listá-las. Afinal nenhuma reverência se aproxima à importância das mães (nossas ou não) ao longo da vida.

Começando pelo “time” das mães dedicadas, em “Forrest Gump” a Sra. Gump não mediu esforços para dar uma boa educação ao filho, além de ser a autora da frase que o acompanhou para sempre: “a vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar”. Talvez por isso Forrest estava sempre no lugar certo e na hora certa. Surpresas geralmente exigem cuidados de mãe; casos de Michaela Odone em “O Óleo de Lorenzo” e da inesquecível Sra. Brown de “Meu Pé Esquerdo”. Também há aquelas que encaram trabalhos não convencionais para sustentar os filhos, como em “Terra Fria” onde Josey Aimes enfrentou o preconceito nas minas de carvão ou em “Dançando no Escuro” quando Selma Jezkova (interpretada por Björk) trabalhou o máximo que pode numa fábrica para pagar a cirurgia do filho. As dedicadas podem exagerar um pouco, como a Lizzie de “Querido Frank”, que escreveu cartas para o filho fingindo ser o pai desconhecido.

Entre as guerreiras, Sarah Connor de “O Exterminador do Futuro” enfrentou andróides, aprendeu táticas de guerra e foi parar num hospício tentando proteger o filho, futuro salvador da humanidade. Judie Foster deu vida a duas mães guerreiras, Kyle Pratt que virou um avião do avesso para encontrar sua filha em “Plano de Voo” e Meg Altman de “O Quarto do Pânico” que encarou três bandidos que invadiram sua casa. Mas a mãe mais “casca grossa” do cinema para mim, é a Beatrix Kiddo ou Black Mamba, de “Kill Bill”; seus algozes subestimaram seu poder de vingança e pagaram com muito sangue.

Também já vimos algumas mães relapsas, como a Kate McCallister de “Esqueceram de Mim” que largou o filho duas vezes em casa ou a Christine Collins de “A Troca” que também deixou o filho sozinho resultando um trágico sequestro. Mas isso não as torna vilãs, afinal não tiveram a intenção e queriam o melhor para sua cria.

As “complicadinhas” também entram na história, geralmente pelo excesso das características que citei ou simplesmente por acreditarem que faziam o melhor naquele momento. Vide Aurora Greenway de “Laços de Ternura”, Mama Fratelli em “Os Goonies”, Elaine Miller de “Quase Famosos”, Lilly Dillon em “Os Imorais”, Cynthia Rose Purley em “Segredos e Mentirase Beverly Sutphin de “Mamãe é de Morte”.

O cinema brasileiro também tem ótimas mães. Entre as matriarcas inspiradas na realidade estão: Zuzu Angel, Dona Lindú (Lula o Filho do Brasil), Dona Helena Camargo (Dois Filhos de Francisco) e Dona Lucinha Araújo (Cazuza). Na ficção, Dona Cleusa (Linha de Passe), Dona Sonia (Bróder) e Cléia (Meu Tio Matou um Cara).

Sei que esqueci várias, mas acho impossível lembrar todas. De qualquer forma, o papel de mãe é tão fundamental e sublime que nada é capaz de explicá-lo. Como no poema do mestre Mário Quintana, para louvar nossa mãe, todo o bem que dissermos nunca será tão grande quanto o bem que ela nos deseja. Dedico este texto à Dona Graça, cujo amor pelos filhos “é do tamanho do céu”.

 

Set list

 Nesta semana ouvi compulsivamente os discos do britânico Jamie Lidell e do brasileiro Criolo. Não os conhecia, fui atrás dos discos devido a boas críticas que li.

Lidell se apresentou em São Paulo e no Rio de Janeiro nesta semana. É um dos músicos atuais que bebe na fonte da soul music clássica dos anos 1960. Suas músicas remetem aos tempos áureos da Motown.

Criolo recebeu destaque no cenário do hip-hop nacional devido ao disco “Nó na Orelha”. A sonoridade vai do jazz de Fela Kuti (Bogotá) ao reggae de Bob Marley (Samba Sambei) e as letras registram as agruras da vida urbana de forma poética e com ótimas referências.

Vale a pena conferir!

  

Divagando

 A exagerada celebração de alguns pela morte de Osama Bin Laden demonstra o quanto ainda estamos viciados ao olhar maniqueísta, típico do cinema americano. Não estou defendendo as atrocidades do terrorista, mas será que realmente vivemos num lugar em que mocinhos e vilões se distinguem como água e óleo?

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