
A Polícia Civil informou que está investigando a morte de Ágatha Ayme Pagotto Ferreira, jovem de 21 anos, que estava grávida e morreu durante uma cesárea de urgência no hospital São Francisco de Assis em Jacareí.
O caso aconteceu na última sexta-feira (21), mas as certidões de óbito foram registradas hoje (25).
A família da vítima afirmou que ela deu entrada no hospital após sentir dores. Em entrevista concedida à TV Vanguarda, Lucimari Pagotto, mãe de Ágatha, disse:
“O médico veio e questionou para fazer a cardiotocografia, porque não estava tendo sinais, e disse que ia encaminhar para fazer ultrassom. A gente aguardou, com a Ágatha passando muito mal, muito mal mesmo, pedindo toda hora para fazer uma cesárea, porque ela não estava aguentando. Não tinha médico para fazer ultrassom e foi mais uma demora. Aí quando foi fazer o bebê já estava em óbito”.
Após a confirmação da morte do feto, Ágatha foi encaminhada para uma cirurgia de urgência, mas não resistiu e também morreu.
A mãe da vítima diz que as mortes foram causadas por negligência médica.
“Ela já estava com 41 semanas de gestação. Prematura seria até 36 semanas, então já era um bebê que estava formado. E no hospital os médicos não falaram nada sobre descolamento de placenta, muito menos sobre hemorragia interna”.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como homicídio na delegacia de Jacareí e encaminhado ao 1º DP, que solicitou exames de IML e realiza diligências para investigar os fatos.
O Hospital São Francisco de Assis enviou uma nota. Leia na íntegra:
“O Hospital São Francisco de Assis lamenta muito a perda da jovem A. A. e vem esclarecer os fatos ocorridos:
– Paciente A. A. deu entrada no Pronto Atendimento Obstétrico do Hospital São Francisco de Assis às 19h30 do dia 21/03/2025, trazida pelo SAMU, com queixa de dor súbita em baixo ventre e, logo na triagem, não foi possível identificar presença de batimentos cardíacos do feto; foi realizado ultrassom de urgência e constatado óbito fetal;
– O óbito fetal foi constatado no hospital, portanto, infelizmente, o bebê veio a óbito antes de chegar na instituição, provavelmente devido às consequências do descolamento prévio da placenta;
– A paciente não foi encaminhada para indução de parto normal. Do Pronto Atendimento Obstétrico ela foi direto para o Centro Cirúrgico para realização da cesárea de urgência, devido às suas condições clínicas desfavoráveis;
– Não houve hemorragia decorrente da cesárea. O fato é que durante a cirurgia foi constatado grave Descolamento Prévio de Placenta Oculto que provocou um sangramento volumoso no interior da cavidade da paciente. No procedimento, foi feita a Histerectomia (retirada do útero) para conter a hemorragia como recurso para salvar a vida da paciente;
– Paciente foi encaminhada imediatamente à UTI em estado gravíssimo, chegou a ser entubada, mas não resistiu e veio à óbito.
– Infelizmente, a paciente foi acometida por uma anomalia obstétrica rara e abrupta (Descolamento Prévio de Placenta Oculto), da qual não foi possível obter a reversão do quadro.
– A mãe da paciente a acompanhou o tempo todo inclusive no centro cirúrgico.
A equipe do Hospital São Francisco de Assis realizou todos os procedimentos possíveis e necessários para salvar a vida da paciente A. A., e se solidariza com a família nesse momento de dor e sofrimento diante dessa fatalidade”.
Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal