Censura? Polícia limita trabalho de jornalistas no Pinheirinho

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As queixas dos moradores são muitas e a Polícia Militar passa o dia afirmando agir no estrito cumprimento da lei. Desde o início da manhã do último domingo, ela cumpre o mandado de reintegração de posse de uma área de 1,3 milhão de m², invadida há cerca de 8 anos, em São José dos Campos (SP). A comunidade do Pinheirinho deve deixar de existir oficialmente ainda nesta terça-feira, com a retirada dos pertences dos últimos moradores.

No primeiro dia de operação, todos os moradores foram retirados. A partir daí, com senhas e aos poucos, retornam ao terreno para retirar os seus pertences, segundo a polícia, acompanhados por oficiais de Justiça. Moradores se queixam que nem sempre é assim. Que casas já foram derrubadas com pertences dentro. A polícia nega.

Mas é difícil afirmar ao certo quem tem a razão. Afinal, com a área cercada, nem mesmo a imprensa tem acesso ao que realmente está acontecendo. De tempos em tempos, a polícia forma grupos e leva fotógrafos e cinegrafistas para locais pré-determinados. Quando algum morador se aproxima para falar, logo todos são convidados a se retirar.

Na manhã desta terça-feira, a faxineira Ana Paula da Conceição se aproximou e entre gritos e choro reclamava da demolição da sua casa. Disse que nem tudo havia sido retirado quando parte da casa, de alvenaria, começou a ser demolida. Mais uma vez, a polícia nega.

“Demoliram a minha casa com tudo dentro. Metade das minhas coisas estavam lá dentro. Eu nunca passei por uma humilhação dessas”, disse ela.

Prontamente, os policiais foram até o local de sua antiga moradia. Na casa, demolida pela metade, ainda restava um guarda-roupa, intacto. No meio dos escombros alguns pequenos objetos. A moradora disse que já tinha retirado o resto.

Porém, o pedido para visitar uma área mais ampla do terreno também foi negada. Era hora de deixar o local. Ordem do comando.

Terra

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