Ministério Público de São Paulo investigará violência de torcidas

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O corpo do torcedor do Palmeiras André Alves, de 21 anos, morto na noite de domingo (25), durante uma briga entre integrantes das torcidas Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel, será enterrado nesta tarde no Cemitério Jaraguá. Ele foi baleado na cabeça e encaminhado para o Hospital de Vila Cachoeirinha, mas não resistiu aos ferimentos, que provocaram perda de massa encefálica. Mais seis feridos durante a briga foram hospitalizados. Entre eles, há um jovem de 19 anos, internado em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital.

O conflito, envolvendo cerca de 300 torcedores do Palmeiras e do Corinthians, ocorreu pouco depois das 9h de ontem, na Avenida Inajar de Souza, zona norte da capital paulista, bem antes do clássico entre as duas equipes, válido pelo Campeonato Paulista, e distante do local do jogo, o Pacaembu, na zona oeste. O caso foi registrado no 72º Distrito Policial e será investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Segundo o porta-voz da Polícia Militar, major Marcel Lacerda Soffner, não houve negligência do sistema de policiamento. Quando há eventos do gênero, é feito um trabalho preventivo, com reuniões entre líderes de torcidas, integrantes da Federação Paulista de Futebol e representantes da área de segurança pública, informou Soffner. Paralelamente, são monitorados os sites de relacionamentos pela internet e, segundo ele, nenhuma combinação prévia foi encontrada.

“O que houve foi uma situação pontual, para a qual destacamos viaturas para fazer a escolta da torcida do Palmeiras, que estava na Avenida Inajar de Souza, por volta das 10h15. Era uma situação de normalidade”, disse ele. Quando a confusão começou, a prioridade dos policiais foi atender as vítimas e dissipar os manifestantes. Ainda assim, duas prisões foram feitas no local. A polícia, no entanto, ainda investiga o autor do disparo que matou o jovem torcedor do Palmeiras.

De acordo com o major, 660 policiais foram destacados para o trabalho, que teve o apoio de 150 viaturas e helicópteros para acompanhar o movimento das torcidas no entorno do estádio.

O promotor Thales César de Oliveira, coordenador do Plano de Ação de Jogos de Futebol do Ministério Público Estadual, formado por 11 promotores, informou que até quarta-feira (28) se reunirá com representantes da Federação Paulista de futebol e demais envolvidos no caso, como policiais civis e militares, para decidir que medidas podem ser adotadas para coibir essa onda de violência. “É um fato lastimável, e estamos muito preocupados, porque a violência, se não havia desparecido por completo, estava minimizada”, afirmou.

Para o promotor, trata-se de uma questão de intolerância. “A nossa sociedade é. muitas vezes, intolerante com a adversidade, com opções diferentes das suas e, no futebol, isso é potencializado pela paixão que a pessoa tem, não necessariamente pelo time pelo qual torce, mas pela torcida organizada.”

Um dos feridos no confronto, internado no Hospital do Mandaqui, é Gabriel Carlos, de 23 anos, que levou um tiro na bacia, foi submetido a procedimento vascular e está em observação. No Hospital Cruz Azul, Osvaldo Pires da Silva Júnior, outro ferido, tem quadro estável, mas não corre o risco de morrer. Segundo boletim médico, ele sofreu fraturas nas duas mãos e ferimentos na cabeça. Dos quatro que foram socorridos no Hospital São Camilo, no bairro da Pompeia, apenas um continua internado em estado grave, com politraumatismo.

A briga de ontem ocorreu dez dias depois de uma confusão entre torcedores do Guarani e da Ponte Preta, em Campinas, no interior paulista, que resultou na morte de Anderson Ferreira, de 28 anos, torcedor do Guarani. Ele foi espancado com barras de ferro e de madeira em frente ao Estádio Brinco de Ouro e morreu três dias depois.


Agência Brasil

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