Resenha do filme “Jogos vorazes”

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Adaptado da trilogia literária da escritora Suzanne Collins, “Jogos Vorazes” traz imediatamente ao espectador conceitos já bem explorados em “1984” e “ Admirável Mundo novo”. Não temos exatamente um “Big Brother” ( o grande Irmão), mas sim um governo ressentido que busca vingança eterna.

Temas como culto às celebridades, reallity shows extremistas e poder estão em pauta, na sociedade futurista surgida a partir da destruição da América do Norte, dividida em 12 distritos e uma capital.

Na história, após uma tentativa de revolução, muitos anos antes, a Capital passou à demandar de cada distrito um “tributo”, na forma de dois jovens (uma garota e um garoto), para competir em reallity show de sobrevivência, que dá nome à película.

Eles enfrentam outros 22 competidores até a morte, em um cenário controlado pelo governo. Aliás, tudo é minuciosamente planejado, como os perigos que os participantes encaram na floresta.

A grande protagonista da trama é a adolscente Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), que se oferece para competir no lugar da sua irmã mais nova, sorteada pelo distrito. Everdeen vai para a Capital com Peeta Mellark (Josh Hutcherson), onde vivenciam uma realidade muito diferente do distrito de mineiros onde vivem.  Os dois são guiados pelo caricato e quase sempre bêbado Haymitch Abernthy (Woody Harrelson), que sempre uma dica importante à ambos: a estratégia pode ser mais importante que a força bruta. O músico Lenny Kravitz faz o papel do estilista Cinna, que precisa transformar Katniss em um produto melhor apresentável e vendável para o público deste programa sanguinário e insano.

 

Os cenários são vívidos e impressionantes. A tela é invadida por cores, da estranha moda desta sociedade e por tecnologias espetaculares, como os computadores operados em terceira dimensão. O diretor Gary Ross dosa bem as cenas de ação com os momentos que mostram os bastidores da mesma, com a politicagem envolvendo a manipulação dos jogos. As regras mudam  constantemente e os governantes não querem ver um(a) mártir, pois isto pode gerar protestos entre os distritos subjulgados, o que de fato ocorre após a morte de uma jogadora.

O romance da história, entre os protagonistas, não é piegas; ele se encaixa perfeitamente aos interesses de ambos e dos patrocinadores dos jogadores -ricaços que enviam suplementos a eles.

O filme é uma crítica excelente à superexposição dos programas do gênero “jogos de realidade”, onde interesses manipulam seus resultados em nome dos lucros (sejam financeiros ou no caso do filme, políticos) e a maneira como celebridades se adaptam para agradar o público.

A trilha sonora, assim como a fotografia, é grandiosa. Acordes de orquestra sempre com tons triunfais e marciais enfeitam os anúncios do governo e as cenas de ação com destreza.

Ao contrário do que muitas pessoas estão pensando, a trama não é uma história adolescente descerebrada. Possui um enredo inteligente, bem costurado e com um desfecho surpreendente. Vale o ingresso.

Assista ao trailer aqui.

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