Vale o bifinho: Consumo de carne ajudou expansão de humanos pela Terra

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Estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, mostra que foi graças à dieta carnívora que o ser humano conseguiu se espalhar pela Terra. Publicado na edição desta semana do periódico PLoS One, o estudo mostra que quando os primeiros homens começaram a caçar e comer carne, as mulheres puderam desmamar mais cedo seus bebês, pois havia mais alimento disponível para a prole. Com a diminuição do período de amamentação, o intervalo entre um filho e outro foi encurtado.

Aprender a caçar foi um passo decisivo na evolução humana. Como esse processo exige habilidades complexas como comunicação, planejamento e uso de ferramentas, favoreceu também o desenvolvimento de um cérebro maior.

“Isso é conhecido há muito tempo, embora ninguém tenha mostrado anteriormente a forte ligação entre comer carne e a duração da amamentação, que é uma peça crucial desse quebra-cabeça”, explica Elia Psouni, psicóloga desenvolvimentista da Universidade de Lund. Isso deve ter tido um impacto importante na evolução humana.”

A duração média de amamentação dos seres humanos é de 2 anos e 4 meses. Esse intervalo não está muito ligado à expectativa de vida: chimanzés, que vivem menos, amamentam seus filhotes por 4 ou 5 anos.

Muitos pesquisadores tentaram explicar o período relativamente curto de amamentação dos humanos com base em teorias sociais e comportamentais. O grupo da Universidade de Lund mostrou que humanos, na verdade, não são diferentes dos outros mamíferos em relação ao tempo de amamentação.

Desenvolvimento cerebral – Ao colocar o desenvolvimento cerebral e a composição da dieta em uma equação, o período de desmame em humanos se encaixa precisamente com o modelo dos outros mamíferos. O modelo criado pelos pesquisadores mostra que os jovens de todas as espécies param de mamar quando seus cérebros alcançam um estágio específico no processo de desenvolvimento do cérebro. Carnívoros podem desmamar antes do que os onívoros e herbívoros devido à sua dieta.

Para realizar o experimento, eles aplicaram a esse modelo informações sobre a dieta e o tamanho do cérebro de cerca de 70 espécies de mamíferos de vários tipos. As espécies cujas dietas têm no mínimo 20% da energia originada pelo consumo de carne foram categorizadas como carnívoras. Segundo este critério, o ser humano é carnívoro, não onívoro (animal que se alimenta tanto de fontes animais quanto vegetais).

O modelo mostra que humanos não se diferenciam de outros carnívoros em relação ao tempo de amamentação. Todas as espécies carnívoras, desde animais pequenos como furões e texugos até outros maiores, como panteras, baleias assassinas e humanos, têm um período relativamente curto de amamentação. A diferença entre os humanos e grandes primatas (como orangotangos, chimpanzés e gorilas), que antes intrigava os pesquisadores, parece depender meramente do fato de que os seres humanos tornaram-se carnívoros (segundo os critérios da pesquisa), enquanto gorilas, orangotangos e chimpanzés são herbívoros ou onívoros.

A pesquisadora é cuidadosa ao enfatizar que esses resultados afetaram a evolução humana – e dizem pouco sobre os atuais hábitos da espécie: “A pesquisa é sobre como a alimentação carnívora contribuiu para a espécie humana se espalhar pela Terra, mas não fala nada sobre o que nós devemos ou não comer hoje para ter uma boa dieta.”

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