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O estudante e escritor Bryan William Nascimento, de 12 anos, estará no Parque dos Eucaliptos no próximo domingo (13), durante o evento do Dia das Crianças, para fazer o lançamento em Jacareí de seu primeiro livro, “A Vassoura Mágica” (Idea Editora).
Tudo começou com uma simples redação que a professora Célia Braz, da Emef Professora Beatriz Junqueira da Silveira Santos, no Parque Meia-Lua, pediu para seu alunos fazerem em casa e entregar no dia seguinte. O tema era “A Vassoura Mágica”, e o texto deveria ter em torno de 15 linhas.
Bryan, então com 9 anos, começou a fazer sua redação mas sentiu que o tema rendia muito mais que as 15 linhas solicitadas pela professora. Como tinha esse limite, e a redação ainda estava inacabada, apesar de já estar com duas folhas até aquele momento, o menino concluiu o texto com um bilhete que dizia, mais ou menos, o seguinte: “Professora, minha redação está sem final porque ainda tinha muita coisa para contar, mas acho que não caberia nem no caderno, muito menos em 15 linhas”.
A professora Célia incentivou o menino a continuar a história e disse que, se ele quisesse, aquilo ainda poderia render um livro. Bryan seguiu a orientação da professora e diariamente, depois da aula, escrevia mais um pouco da sua redação que já estava virando, de fato, um livro. Periodicamente ele mandava trechos do texto para o e-mail da professora, que fazia as correções e devolvia. Assim nasceu o livro “A Vassoura Mágica” — o primeiro de Bryan, que está sendo considerado o escritor mais jovem do estado de São Paulo com um livro já editado.
Bryan foi convidado para participar da 12ª edição da Feira do Livro Infantil de Bauru, em abril do ano passado. Foi assim que o sucesso do pequeno escritor jacareiense começou a transcender os limites de sua cidade natal.
Hoje em dia Bryan recebe cartas e e-mails de leitores de diversas cidades, com elogios ao seu livro e perguntando sobre quem teria inspirado este ou aquele personagem. “Sinto orgulho de receber estas cartas e e-mails de pessoas que nem conheço pessoalmente, e sempre respondo a todos”, conta o pequeno grande escritor, que guarda com carinho toda a correspondência em uma pasta.
Bryan disse que já está trabalhando no seu próximo livro. “Será uma história de aventura, mas por enquanto é só o que posso adiantar”, revela o menino, com um certo ar misterioso, já demonstrando algum conhecimento de estratégia de marketing.
Redundante falar do orgulho que os pais de Bryan têm do garoto. O pai, Ademir Nascimento, auxiliar de serviços gerais na Secretaria Municipal de Infraestrutura, contou que ele e a mãe do garoto, Tânia Nascimento, sempre incentivaram os filhos a ler. “Costumamos fazer leitura em família, aqui em casa. Reunimos o pessoal na sala e cada membro da família lê um trecho, depois debatemos sobre o que foi lido”, conta.
Ademir disse ainda que o filho sempre foi “de ir atrás daquilo que quer”. Ele até conseguiu uma bolsa de estudos integral para ele próprio e outra de 50% para a irmã mais velha, Bárbara, de 16 anos. “Sempre estudei na rede municipal, mas quando passei para o sexto ano tive que ser transferido para a rede estadual”, contou. “Não gostei da escola estadual, e passei a contatar escolas particulares da cidade, tentando uma bolsa de estudos”, completou. “Quando me chamaram em um colégio oferecendo a bolsa integral para eu estudar lá, pedi o mesmo para minha irmã, mas eles recusaram”, disse. O menino conta que diante da negativa da bolsa para a irmã ele recusou a bolsa para ele e, diante disso, a direção do colégio acabou oferecendo uma bolsa parcial, de 50%, para Bárbara e a integral para ele.
