Resenha do filme “Robocop (2014)”

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Quando foi anunciado que o diretor José Padilha dirigiria o remake do “Robocop”, muitos ficaram temerosos. Seria um recomeço total para a trama? Traria referências do filme original? E o mais importante: Ficaria bom?



O novo “Robocop” traz a história para os dias de hoje, em todos os aspectos. A empresa de robôs “Omnicorp” presta serviços ao governo norte-americano, vendendo autômatos (entre eles o velho e atabalhoado ED 209) que patrulham as ruas do Iraque, revistando civis e contendo atentados terroristas.
A questão é vista sob a ótica do apresentador de TV “Pat” Novak (Samuel L. Jackson), grande defensor do controle do crime mecanizado. Na história, a população dos E.U.A. ainda resiste à ideia de máquinas patrulhando as ruas, mas tudo vai mudando.


Alex Murphy (Joel Kinnaman) é um esforçado detetive, que investiga a corrupção dentro da polícia, descobrindo quem são os informantes do crime organizado. Ele paga um preço caro por isto: seu carro explode em frente à sua casa e ele sofre ferimentos fatais.
É aí que entra Sellars (Michael Keaton), executivo da Omnicorp, que aproveita a necessidade de salvar Murphy para dar à América um “produto que eles amem”, para abrir a possibilidade de robôs também patrulharem as ruas do país.
Aliás, sobre a empresa, a essência dos personagens de seu núcleo foi preservada. O cientista bonzinho, desta vez Dennet Norton (Gary Oldman) e os funcionários cínicos, como os da história original, estão lá.


Fabricado em instalações na China(!), Robocop mostra grande eficiência já nas primeiras simulações de combate, em uma cena com a música “Hocus Pocus”, da banda de rock progressivo com o mesmo nome. Seus armamentos são bem atuais e ele é possui mais agilidade do que tinha no filme dos anos 1980. Desta vez, ele possui duas armaduras: a tradicional e  uma toda preta, que lembra o uniforme da maioria das forças policiais táticas pelo undo.



Quando retorna para os E.U.A, ele vive um conflito interessante entre sua parte biológica e a robótica, com as lembranças da sua esposa, de seu filho e a sede de vingança para pegar os responsáveis por seus danos. O resultado de tudo isto só poderia ser muita esquizofrenia – e dá certo.

Padilha explora muitas questões interessantes: Os interesses da indústria de armas (constantemente falam: “Vamos ganhar muito dinheiro com ele”), máximas do capitalismo como “as pessoas precisam de algo que elas ainda não sabem” e o combate à corrupção, este bem mais difícil para o policial robô.
É um tema recorrente nos filmes do diretor brasileiro, como no Tropa de Elite 2.  Aliás, sobre o diretor, ele continua com a velha mania de usar a câmera tremida, dando tanto mais realismo às cenas de ação como confundindo alguns espectadores, mas isto é passável.

Várias questões interessantes, tanto envolvendo ética científica quanto corrupção empresarial e policial estão lá, bem dosadas, além dos momentos de humor comuns na franquia.
Há claras diferenças do filme original de 1987, do diretor Paul Verhoven e elas não tornam o filme ruim, ao contrário: a trama foi bem atualizada e com certeza deverá ganhar uma continuação. Tanto os fãs do original quanto novos espectadores vão gostar.

 

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