Palestra aborda história do teatro em Jacareí

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“O teatro amador em Jacareí num momento de transformação social” é o tema da palestra da próxima sexta-feira (24), às 20h, no Arquivo Público e Histórico. Para falar sobre o surgimento do teatro amador na cidade em plena ditadura militar e sua influência na formação cultural de gerações futuras, o convidado é o professor e jornalista Edvaldo Ribeiro e Oliveira.

Edvaldo conhece a fundo a história do teatro na cidade. Ele integrou o grupo de alunos da escola estadual Dr. Francisco Gomes da Silva Prado (CENE) que criou o TEJA (Teatro Estudantil Jacareiense Amador) em 1965. O grupo encenou, entre outras obras, Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Nato, e Pedreiras das Almas, de Jorge Andrade.

Segundo o jornalista, quando o teatro começou em Jacareí, o momento político do país estava em um ‘período de efervescência’. “Os jovens precisavam, naquele momento, entender o contexto político no país, então os professores nos incentivavam com a cultura que o teatro trazia, era um despertar da cultura dentro do pensamento”, diz Edvaldo.

Ele lembra que o grupo, apesar de ser amador e se organizar no ambiente estudantil, começou a se destacar na cidade e inclusive na região. “Não tínhamos muita noção técnica, mas íamos fazendo. Montamos ‘Eles não usam Black-Tie’, do Gianfrancesco Guarnieri, e começamos a chamar a atenção. Então algumas pessoas ligadas à censura começaram a ficar de olho na gente”, revela. “Um dia fomos ensaiar na escola (CENE) no fim-de-semana, mas fomos expulsos. Não desistimos e ensaiamos na rua. Foi um ato muito ousado”, completa.
Mas hoje ele avalia que, embora estivessem em plena ditadura, os integrantes do TEJA não tinham a intenção de ser contestadores. “Não éramos politizados. Queríamos era fazer teatro e escolhíamos as peças pelo seu conteúdo cultural, pela sua carga dramática. Todos eram muito dedicados. Todos trabalhavam durante o dia, estudavam à noite e por isso ensaiávamos aos finais de semana”, relembra.

Edvaldo adianta que durante a palestra, além da história do teatro amador na cidade, também será debatida a influência do TEJA na produção teatral que há hoje na cidade. “Acredito que influenciamos gerações sim, vemos hoje o Cláudio Koca e o Guarahna (Ramos), que mantêm viva a tradição do teatro na cidade”, exemplifica. Para Edvaldo, a Fundação Cultural de Jacarehy também tem um “papel importante” na promoção da cultura do teatro na cidade, com as oficinas e a Lei de Incentivo. “Vimos recentemente o espetáculo sobre o Preventório, montagem tão bem feita por artistas amadores e sobre um fato histórico da cidade”, conclui.

Palestrante — Edvaldo Ribeiro de Oliveira nasceu em 1945 em Paulista, grande Recife (PE), mas chegou a Jacareí ainda criança. “Vim com seis meses de idade, só depois de 30 anos que fui conhecer a minha terra natal. Praticamente sou um jacareiense”, comenta.
Formou-se em jornalismo em 1976 na primeira turma da Unitau (Universidade de Taubaté). Trabalhou nos extintos jornais Agora e Valeparaibano e na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Jacareí. É formado em História e Geografia.
Serviço – Arquivo Público e Histórico de Jacareí — rua Alfredo Schürig, 300, Centro. Aberto de segunda a sexta, das 9h às 17h. Entrada gratuita.

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