Tiro no escuro

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Considerando que:
a) finanças não é economia;
b) eleição não é política;
c) propaganda não é informação;
d) legalidade não é justiça;
e) oposição não é sabotagem ao governo
Podemos afirmar que entre a falta de iniciativa e o vício de iniciativa dos vereadores de Jacareí quanto à revogação da taxa de iluminação há um tiro no escuro.
Confiantes no distanciamento da população é simples e irresponsável dizerem o que o eleitor gosta de ouvir.
Neste momento, devemos também considerar que: f) demagogia não é democracia.
É óbvio que o morador pagará por todos os custos do Município, cobre o gestor de modo transparente ou não estes custos. Também é óbvio que a despesa desagrada a todos.
Impossível não fazer uma analogia com o câncer (já que estamos entre o outubro rosa e o novembro azul). Quem gostaria de sofrer com o câncer? Ninguém ! Qual o fator mais eficiente para aliviar o sofrimento? O diagnóstico precoce.
Sempre será decisiva a transparência e, para que ela seja efetiva, ela deve ser o maior tributo de todos os envolvidos, porque negar o problema e, consequentemente, o seu tratamento jamais promoverá a cura.
Taxa ou imposto nunca foi o tumor. A taxa sempre foi o remédio paliativo para atenuar as crises mais agudas.
Podemos acrescentar em nossa lista de considerações: g) alívio não é conforto.
Como evitar as crises? Prever para prover é a fórmula consagrada tantas vezes lida e invariavelmente esquecida.
Ter ou não um tumor independe da vontade de quem o adquire, mas deve ser a prevenção um cuidado de todos para que o paciente passe pelo menor dos males.
Sem estender demais na analogia: inalamos, sem saber ou de maneira negligente, venenos por muito tempo.
Caso seja Hamilton Ribeiro Mota um prefeito estadista e correto, o munícipe sensato esperará pelo veto, porque o morador precisa compreender melhor a tramitação dos processos legislativos e os limites legais a que as autoridades estão submetidas, sobretudo aos imperativos econômicos e socioambientais. Haja água para tanta ressaca !
O projeto de lei original, de autoria do Executivo apresentado em 2015, possui graves erros, mas as duas tentativas de revogação possuem erros muito maiores, pois mantêm a cidadania no apagão da desinformação em troca de conveniências eleitorais e projetos imediatistas (a próxima eleição é daqui a 1 ano e meio).
Os votos favoráveis dos vereadores pela revogação da taxa (ainda que com o apelo da incomum unanimidade) tornam-se sem efeito quando o Poder Legislativo usurpa a exclusividade de iniciativa do Poder Executivo.
Antes fosse a solução do problema o simples anúncio do acréscimo de 40 milhões de reais aos cofres do Município.
Traduzindo: o jacareiense está sendo feito de trouxa !

Obs:O texto é independente e não reflete, necessariamente, a opinião do NJ

 
Dario Bueno, 41 anos, ex-vereador em Jacareí.
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