Vereadores aderem à manifestação de cegonheiros pela manutenção de empregos em Jacareí

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Um grupo de vereadores acompanhou protesto realizado na manhã desta quinta-feira (11) por cerca de 150 cegonheiros autônomos diante do cancelamento de contratos de prestação de serviços para o transporte de veículos com a montadora chinesa Chery, em Jacareí.

Na manifestação, os parlamentares solicitaram a realização de uma reunião com representantes da empresa para tratar das reivindicações dos trabalhadores. O grupo aguardou retorno da direção da montadora, que recusou o diálogo.

Segundo a categoria, os trabalhadores reivindicam alternativas que conciliem a manutenção de contratos dos motoristas autônomos com os interesses da empresa, que na segunda-feira (8) cancelou os contratos dos trabalhadores autônomos pela incorporação de mão de obra vinculada ao grupo Caoa, que em novembro de 2017 adquiriu 50% da fabricante chinesa no Brasil.

“Somos 150 cegonheiros, além de outros 60 motoristas, subidores, manobristas e amarradores, todos trabalhadores de Jacareí e da região que estamos sem emprego desde segunda-feira. Por isso queremos diálogo com a empresa para encontrar uma saída que mantenha os empregos”, afirmou Júlio César Pereira da Rosa, presidente do Sindicato dos Transportadores de Veículos Autônomos de Jacareí.

Ainda segundo Pereira, quando a montadora oficializou a instalação da fábrica os trabalhadores investiram recursos para adequação da frota e equipamentos às especificações técnicas exigidas pela montadora na expectativa de atendimento à demanda logística para escoamento da produção da Chery no médio e longo prazo. “A produção atual da montadora, que é de 75 veículos/dia, vai passar para 150 veículos/dia, com a abertura mais um turno na linha de produção”, explicou.

Na opinião dos vereadores, a impossibilidade de qualquer tipo de diálogo com os cegonheiros é a demonstração de descaso público por parte da montadora ante as tratativas firmadas com o município para o lançamento do polo automotivo, inaugurado em agosto de 2014 no bairro Rio Abaixo, região norte de Jacareí.

“Não é possível admitir que a montadora tome uma atitude como esta, levando em consideração que a empresa se beneficiou de isenção de IPTU por quatro anos e isenção de ITBI para a aquisição de bens imóveis e de tributos ligados à construção e agora vire as costas para o município”, afirmaram em consenso os vereadores Paulinho dos Condutores (PR), Valmir do Parque Meia Lua (DC), Arildo Batista (PT), Luís Flávio (PT), Fernando da Ótica Original (PSC) e Juarez Araújo (PSD) durante ato em conjunto com representantes dos sindicatos dos Metalúrgicos, dos Condutores do Vale do Paraíba e assessores de gabinete dos vereadores Rodrigo Salomon (PSDB), Márcia Santos (PV) e Sônia Patas da Amizade (PSB).

Precarização – Para o Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba a substituição dos cegonheiros autônomos da região pela contratação de empresa vinculada ao grupo Caoa Chery tem como objetivo a precarização das relações trabalhistas, uma vez que a contratada está sob convenção salarial de outros Estados, no caso o município de Anápolis (GO).

“A Caoa demite trabalhadores daqui da região que estão sob regime trabalhista diferenciado do resto do país para contratar empresas subordinadas a convenções de piso salarial inferior e isentas do pagamento de benefícios sociais”, argumentou o diretor Luiz Donizetti de Faria

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