
O primeiro tempo foi difícil. Apesar da defesa sólida o time brasileiro não conseguiu conectar boas jogadas ofensivas. Ainda assim, o jogo físico da Sérvia não foi capaz de anular as investidas do Brasil.
O técnico sérvio (Dragan Stojkovic) andou desdenhando da nossa defesa. Acho que se apoiou naquela antiga ideia de que somos bons no ataque e vulneráveis na defesa. O segundo tempo consolidou o engano do ex-craque e seu time não viu a cor da bola, como diria meu avô.
Os 2×0 no placar ficaram baratos! Richarlison, que não estava bem no primeiro tempo, liderou o nosso ataque. Neymar fez um bom jogo (tomara que sua contusão seja só um susto!) e os demais jogadores do sistema ofensivo se soltaram depois do intervalo.
Estreias costumam ser tensas e difíceis, mas nossa seleção teve boas soluções pra confirmar seu favoritismo. Maturidade é uma palavra muito usada na vida adulta para distinguir comportamentos adequados dos inadequados. Os homens adultos têm muita dificuldade de usá-la, mas hoje nossos compatriotas no Catar esbanjaram maturidade. Se eu estivesse lá gritaria um “chupa” bem sonoro na cara do técnico da Sérvia… Enfim, eu não preciso ser maduro! Que venha o hexa! Com maturidade.
O melhor e o pior da primeira rodada
Entre seleções apontadas como favoritas pelos especialistas, somente Brasil, Inglaterra, Espanha e França corresponderam às expectativas. Dos quatro, somente o Brasil enfrentou um adversário forte. Acho que alguns times devem melhorar, mas a primeira impressão é que alguns favoritos deixarão a competição antes do previsto e alguns azarões estarão nas fases finais.
Cristiano Ronaldo e Messi fizeram seus gols, mas não foram protagonistas. Mbappé foi!
Não tem mais bobo no futebol
Dizem que o “profexô” Luxemburgo é o autor dessa frase, mas tenho a impressão que ouvi antes dos tempos de glória do nosso ex-técnico da seleção. Há quem torça o nariz pra frases clichês do futebol, mas diante do desempenho de times como Japão, Arábia Saudita, Canadá e Tunísia, não vejo melhor definição. Hoje a maioria dos atletas que estão nas suas seleções joga em times de alto rendimento e nos melhores campeonatos do mundo, desta forma mesmo as seleções que não têm jogadores com recursos técnicos em todos os setores, compensam com um bom trabalho de equipe e com um estilo de jogo mais físico. A Copa é um torneio curto onde os times que tomam poucos gols têm mais chances de avançar.
Em equipes tradicionais como Argentina e Alemanha, é nítido que há potencial, mas as coisas precisam acontecer dentro de campo. O fator emocional é capaz de melhorar um time mediano que se fortalece contra times mais fortes e também é capaz de destruir um time muito técnico que não consegue superar seu adversário. Se você foi surpreendido nas suas apostas do bolão da firma, na segunda rodada fica mais fácil de acertar… Ou não!
Esse jogo podia ser um email
A parte ruim dessa primeira fase foram os inúmeros placares de 0x0. Claro que alguns tiveram emoção, bola na trave, pênalti perdido, mas não acordamos às 7h da manhã pra isso, não é mesmo? Então o troféu “esse jogo podia ser um email”, tal qual aquela reunião que ficamos duas horas pensando no que vamos comer na janta, vai pra Marrocos 0x0 Croácia… Que jogo modorrento!
Andrey Cardoso é Psicólogo, idealizador do Podcast Lembrei e aficionado por Copa do Mundo.