Campanhas buscam reduzir restrições à entrada de brasileiros na Europa

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O preconceito, aliado à inflexibilidade nas regras e à injustiça, assim como o desconhecimento e a desinformação são os principais motivos que levam os brasileiros a ser impedidos de entrar em vários países da Europa. A análise é da diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Itamaraty,  Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva. “Há relatos de brasileiros que tentaram comprovar que tinham dinheiro e que iam ficar hospedados em hotel, portanto que eram turistas ou viajantes, mas as autoridades estrangeiras não aceitaram os argumentos”, disse ela.

 

Na tentativa de reduzir as tensões, os diplomatas resolveram fazer uma campanha externa, com o apoio dos consulados e dos governos europeus e norte-americano, e interna, com a ajuda de autoridades locais. Em Minas Gerais, houve reuniões nas cidades de Governador Valadares, Ipatinga e na capital, Belo Horizonte. Procedentes desses municípios, muitos buscam oportunidades nos Estados Unidos e na Europa, mas reclamam do preconceito.

“O que nós queremos é que essas pessoas tenham conhecimento da realidade que vão encontrar no exterior e caso queiram retornar ao Brasil, tenham condições de recomeçar a vida e aproveitar as economias que fizeram fora daqui”, disse a diretora, informando que muitos voltam ao Brasil e acabam perdendo o dinheiro que conquistaram.

Os funcionários do Departamento Consular do Itamaraty foram também a Macapá, no Amapá, e a Belém, no Pará, onde vários brasileiros tentam a sorte nos garimpos da Guiana Francesa e do Suriname. Os diplomatas estiveram ainda em Goiânia devido às denúncias sobre mulheres vítimas de redes de tráfico para a Europa.

Nos próximos dias, as reuniões ocorrerão em Criciúma, em Santa Catarina, e Porto Velho, em Roraima, por causa das informações de brasileiros atraídos para atividades informais nos Estados Unidos e na Europa. “O objetivo das reuniões locais não é desencorajar a imigração,  mas esclarecer sobre o que ocorre em outros países e como evitar constrangimentos”, disse Maria Luiza da Silva.

Em agosto do ano passado, foi lançada uma cartilha, elaborada pelo Itamaraty, com orientações específicas. Inicialmente, o documento se refere apenas aos países europeus, mas o Ministério das Relações Exteriores planeja elaborar cartilha para turistas que viajam aos Estados Unidos e ao Oriente Médio. Só em 2009, foi vetada a entrada de cerca de 3 mil brasileiros na Inglaterra, 1,7 mil na Espanha e aproximadamente mil em Portugal.

Antes de viajar, quem vai para a Europa precisar estar com os documentos em dia, como o passaporte, visto e vacinas. Também deve checar as passagens para a viagem, assim como a reserva em hotéis ou, no caso de congressos, a carta-convite. É fundamental ainda que o viajante comprove dispor de no mínimo 60 euros por dia. A consulta pode ser feita pela internet (www.portalconsular.mre.gov.br).

A diretora advertiu que não basta estar com o passaporte e os documentos de entrada organizados. “Infelizmente, há uma ilusão que a falta de visto para ingresso em países europeus facilita tudo, não é verdade. Cada vez mais fazem exigências. Definitivamente os imigrantes em potencial são impedidos de entrar em determinados locais”, disse ela.

 

Agência Brasil

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