Mobilidade Urbana: o desafio para Jacareí de 2013 à 2016

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Vivemos numa cidade com  cerca  de 211 mil habitantes numa malha viária dos anos cinqüenta, quando Jacareí tinha pouco mais de 51 mil habitantes. A população foi quadruplicada sem aumento das vias principais. A Cidade cresceu em torno das antigas estradas estaduais: Nilo máximo, Zerbine e Geraldo Scavone e dividida por um rio.

Os loteamentos e conjuntos habitacionais surgidos  nos últimos  10 anos  agravaram o problema. São localizados estrategicamente, no aspecto econômico, mas lamentavelmente, no aspecto urbanístico, próximo às referidas estradas estaduais delas se valendo como vias urbanas, pois foram autorizados pela Prefeitura  sem  acrescentar nada ao sistema viário existente (apenas ruas internas). O resultado, é mais gente circulando, mais carros trafegando pelas mesmas vias, ou seja: o CAOS.

A próxima administração terá que priorizar:  1. a ampliação da mobilidade  urbana; 2.  desafogar o centro  e 3. resolver os gargalos do trânsito.

Para ampliar a mobilidade urbana algumas medidas de curto e médio prazo precisam ter tomadas. A utilização dos leitos carroçáveis das principais vias de circulação, para fins de estacionamento privado ou administrado pelo poder público precisa ser revista. Se pode ganhar, ao menos, uma faixa em cada via pública que pode ser destinada à ciclovias ou ao  transporte coletivo.  Onde um Cidadão deixa seu veículo estacionado pode se tornar  faixa  para ciclovias  ou corredor  para o   transporte coletivo e de prestadores de serviços públicos.

O adensamento populacional de vias centrais que servem de corredores do trânsito precisa ser revisto, mantendo-se o atual ou reduzindo-se a taxa para evitar a ampliação de moradias com veículos. Ou seja, a ampliação da população residente na área central deve ser compensada com a ampliação de novas vias nas mesmas áreas. Onde não for possível a abertura de novas vias, mantém-se as taxas atuais de ocupação real, existente, modificando-se a legislação.

As vias centrais devem ser corredores preferenciais para uso de veículos de transporte coletivo, dando-se mais rapidez e  conforto para os usuários, já que elas são também as vias de maior concentração de locais de comércio e serviços.

É preciso desestimular a vinda ao Centro. Para isso, a médio prazo se deve  ampliar os espaços de serviços públicos  e incentivar a  autonomia  econômica dos bairros, com novos serviços, comércio,  repartições. Existem instrumentos urbanísticos e fiscais.

Por outro lado, também a médio prazo, se deve propiciar a circularidade entre os bairros. A cidade precisa se comunicar sem necessariamente passar pelo centro. Melhorar as ligações por fora do eixo central, tais como:  Cidade Salvador, Jardim Paraíso, Novo Alvorecer, Parque dos Príncipes,  Jardim  Maria Amélia, Jardim das Oliveiras e Parque Santo Antonio. Com apenas uma nova via asfaltada ligando a Rodovia Nilo Máximo, após a Fazenda Coleginho, com à  Rua Olinda A. Mercadante  é possível  a obtenção de nova circularidade intra bairros.

A mesma região, do lado esquerdo da Rodovia Nilo Máximo pode ter acesso à região da Variante Getúlio Vargas pela Vila Zezé e Conjunto São Benedito e Santa Marina, com pequenas melhoras em vias existentes e sinalização adequada.

Com essas medidas reduziremos um dos gargalos do trânsito que é o “quadrado da ligth”. Sem prejuízo de medidas de curto prazo, como: alterações de sentido de ruas entre a Barão de Jacareí e a Siqueira Campos e a redução de semáforos.

Quanto ao pior gargalo, a ponte do São João, dez anos de administração petista seriam suficientes para a construção da terceira ponte. Mas mesmo havendo verbas do PAC e de emenda do Deputado Emanuel Fernandes, preferiram  direcionar todos os recursos para a construção do  Parque da Cidade e da “Nova Avenida”  que leva da “antiga Praça Conde de Frontim”  ao referido parque.  E deste, por curvas e desvios, só conhecidos por quem aqui mora, chega-se ao  Jardim Santa Maria, para  em breve, promete-se, chegar à nova Rodoviária.

Ou seja, tanto investimento para um Parque sem árvores, que alagou toda a região da rua Bahia e para nos conduzir da “antiga Praça Conde de Frontim” à  Rodoviária Nova, sem melhorar em nada a mobilidade urbana.

 

Izaias José de Santana, Cidadão Jacareiense, Advogado, Procurador de São Paulo, Professor da UNIVAP, Mestre em Direito do Estado pela PUC-SP e Doutorando em Direito do Estado pela USP, foi Secretário dos Negócios Jurídicos em Jacareí e  Secretario Adjunto  de Justiça do Estado de São Paulo.  Blog: WWW.izaias-santana.blogspot.com

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