O deputado Marco Aurélio (PT) defende discussões sobre a instalação de usinas termelétricas no Vale do Paraíba somente após a mudança administrativa para Região Metropolitana. A ideia, segundo ele, é que todos os prefeitos possam opinar sobre o assunto, já que uma termelétrica, como a que está sendo cogitada para Canas, traz impactos para outras cidades também.
Marco Aurélio comentou a questão das termelétricas durante pronunciamento na Assembleia Legislativa. Ele falou do assunto em virtude de uma audiência pública realizada na Casa, no início da semana, sobre a termelétrica de Canas. Na ocasião, representantes de diversas entidades ambientais manifestaram ser contrários à instalação da usina.
Entre as razões apontadas pelos ambientalistas para esse posicionamento está o aquecimento da água captada do rio Paraíba e devolvida ao ribeirão de Canas, de menor volume, e liberação de material particulado nocivo na atmosfera sem ventos suficientes para sua dispersão, devido à localização do Vale do Paraíba, entre as serras do Mar e da Mantiqueira.
Climatologistas presentes também não recomendam a instalação da usina por conta do clima seco do Vale, e disseram que o EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) apresentado para liberar a termelétrica tem erros grosseiros, principalmente por não considerar a Serra da Mantiqueira.
Outro ponto levantado pelos ambientalistas é que não têm conseguido falar com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que é ligada ao governo estadual, para manifestar sua opinião e falar sobre os erros encontrados no EIA/Rima.
“Se a Região Metropolitana vai ser instalada no Vale do Paraíba, por que não deixamos esse assunto, que é de interesse de toda a região, para ser discutido pelo conselho que será formado por 39 prefeitos e 39 membros do governo do Estado?”, questionou Marco Aurélio. Para ele, o conselho deve dar um parecer sobre o tema. “Não adianta instalar a termelétrica antes de a Região Metropolitana ser instalada porque os outros municípios atingidos não poderão se manifestar. Não estou falando de algo para daqui a 10, 20 anos, mas para daqui a alguns meses, que é a expectativa para a RM ser criada”
O deputado pediu ainda que a Cetesb receba os ambientalistas para tratar da termelétrica de Canas. Ele aproveitou para informar que a Assembleia Legislativa deve realizar uma nova audiência pública para continuar a discussão do tema.