Um Olhar Sobre o Rock in Rio 4

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Rock in Rio 4

Fim de Festa

Mais uma vez assisto ao fim de um “Rock in Rio” com nostalgia e fazendo a promessa (pela terceira vez) de que no próximo não medirei esforços para engrossar a massa na Cidade do Rock. A diferença é que desta vez ela tem data, daqui a dois anos…  Assim, encerro minha “deliciosa” maratona em frente a TV, “Ao Vivo” ou “Ao Gravado”.

 Foram muitos destaques, mas acho que o principal foi o público que parece finalmente ter percebido o sentido de celebração da palavra “festival”. Muitos artistas cuja “escalação” poderia ser questionada, valorizaram sua presença com boas apresentações, totalmente contagiados pelo público que cantava tudo. Todos (sem exceção) foram atraídos pelo mar de gente na Cidade do Rock, alguém poderia imaginar que Maroon 5, Maná, Detonautas e NX Zero teriam tanta empatia com a platéia? Empatia que, para mim, faltou ao “Dinossauro” Elton John.

À distância, não tive dúvida que a melhor noite foi a da célebre apresentação do mestre Stevie Wonder (o melhor show da edição). Jamiroquai e Janelle Monáe arrebentaram e o show em homenagem ao Legião Urbana foi um dos momentos mais emocionantes do festival. Acho que uma inversão de palcos, Joss Stone no Mundo e Ke$ha no Sunset, seria mais adequado.

Em geral, foram muitos shows memoráveis: Cold Play, Metállica, Red Hot Chili Peppers, Lenny Kravitz, System of Down, Slipknot (que trouxe a teatralidade dos tempos do “metal farofa”). Os pontos baixos ficaram por conta de Shakira, Rihana, Cláudia Leitte e Elton John. 

No Palco Sunset aconteceram shows incríveis e, sem exageros, encontros que superaram muitas apresentações do palco principal: Milton Nascimento e Esperanza Spalding,Tiê e Jorge Drexler, Sepultura e Tambours Du Bronx, Arnaldo Antunes e Erasmo Carlos, Cidade Negra, Martinho da Vila e Emicida, Titãs e Xutos e Pontapés, Baile do Simonal, Marcelo Camelo e The Growlers, Zeca Baleiro e Lokua Kanza, Marcelo Jeneci e Curumim, João Donato e Céu; apresentações de qualidade apesar do público pequeno em alguns momentos e problemas técnicos com o som em outros. 

Os brasileiros que se apresentaram no Palco Mundo fizeram bonito; dominaram a plateia como poucos. Mais uma vez afirmo que o público ajudou muito, mas a combinação carisma/repertório foi fundamental. Skank, Ivete Sangalo, Jota Quest, Paralamas e Titãs, Pitty, Marcelo D2, Frejat, Capital Inicial confirmaram a expectativa; quem a superou foi o Detonautas que, confesso, achei que receberia certa “hostilidade”. Diante destes nomes, ficou evidente a falta de aposta ou até mesmo de uma cena nova do rock brasileiro que pudesse compor este time. Afinal é nítida a bagagem que estas bandas têm para segurar um público de cem mil pessoas… Mas, exceto apostas da chamada “cena underground”, nenhuma banda nova teve a ausência lamentada.

Histórias

Da primeira edição em 1985, quando estava no auge dos meus cinco anos, me lembro de cenas dos shows que, provavelmente vi porque alguém na minha casa estava assistindo. A lembrança mais forte que me ocorre é a música tema gravada pelo Roupa Nova, que tocava a exaustão – “se a vida começasse agora…”. Sei de algumas histórias devido às coisas que vi e li posteriormente. 

Já de 1991 e 2001 tenho muitas recordações, pois o festival me mobilizou da mesma forma como agora. Da segunda edição no Maracanã, lembro que havia muitos shows, pois aconteceram em onze dias ininterruptos e como no anterior vários artistas fizeram duas apresentações. O Guns N’ Roses estava no auge com sua formação clássica e os acessos de Axl Rose no hotel repercutiram mais que as apresentações da maior atração do festival à época. Santana, A-HA, George Michael, Prince, Joe Cocker, Judas Priest e INXS causaram boa impressão. Uma banda até então pouco conhecida por aqui roubou a cena: o Faith No More de Mike Patton. Entre os brasileiros Engenheiros do Hawaii e Titãs foram os destaques; já Lobão preparou um show inusitado que não foi bem assimilado pela plateia.

Em 2001 o formato era parecido com o deste ano; tentou-se agrupar as atrações para não misturar as “tribos”, que puderam escolher entre a noite do metal (Sepultura e Iron Maiden), a noite teen (‘N Sync e Britney Spears), a noite zen (James Taylor e Sting) além da noite do rock clássico (Neil Yang).  Mesmo assim, Carlinhos Brown ficou deslocado entre as atrações que abriram o show de um desfigurado Guns. Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers e Neil Yang fizeram as melhores apresentações entre as atrações estrangeiras; Papa Roach e Queens of the Stone Age foram as surpresas; mas o melhor show para mim, entre todos, foi o da Cássia Eller.

No Rock in Rio 3 também foi a primeira vez que houve outros palcos, com diversificação das atrações. Como ocorreu este ano, algumas apresentações na chamada “Tenda Brasil” foram melhores que a do Palco Mundo… Lembro de Los Hermanos, Tom Zé, Pepeu Gomes e Armandinho roubarem a cena na Tenda. Enfim, histórias que se somam às de 2011… Que venham as de 2013!

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