O Parlamento da Romênia aprovou no dia 22 uma lei que legaliza a eutanásia de milhares de cachorros de rua que vivem em cidades de todo o país, considerados um problema grave de saúde pública e segurança.
A lei, que foi adiada várias vezes desde março pela pressão de entidades protetoras dos animais e por parte da população, permite às autoridades locais a possibilidade de matar os cachorros com uma injeção letal, caso os cidadãos votem a favor da medida em um referendo municipal.
Os cachorros deverão ser recolhidos da rua por cada prefeitura e colocados em canis municipais por 30 dias.
Se depois deste prazo não forem reivindicados por um dono ou adotados, os cães poderão permanecer nos canis, serem devolvidos à rua depois de esterilizados ou sacrificados.
Só em Bucareste vivem, de acordo com cálculos oficiais, cerca de 70 mil cachorros de rua.
Segundo o prefeito da cidade, Mihai Atanasoaei, mais de 24 mil pessoas foram atendidas em hospitais da capital mordidas por cachorros de rua em 2009 e 2010.
A polêmica lei aprovada nesta terça-feira foi motivo de uma guerra aberta entre os partidários e os opositores de eliminar os cachorros das ruas.
De acordo com a imprensa local, o problema dos cachorros de rua começou antes da queda do regime comunista em 1989, quando o ditador Nicolae Ceausescu obrigou milhares de romenos a se mudarem para condomínios como parte do plano de industrialização e sistematização social.
Como os novos apartamentos não permitiam animais, muitas pessoas se viram forçadas a abandonar seus bichos de estimação, e desde então sua população tem se multiplicado nas ruas.
O recurso à eutanásia não é novo no país balcânico. Em 2001 foram eliminados das ruas 50 mil cachorros durante o mandato do então prefeito e hoje chefe de Estado, Traian Basescu.
A pressão internacional, que tem a atriz Brigitte Bardot à frente da causa, conseguiu diminuir o número de animais mortos, até que em 2008 a eutanásia foi completamente proibida.
UOL