Historicamente mal conservada, a Estrada do Pagador/Jaguari sofre cada vez mais com buracos e com as péssimas condições do asfalto. Os acidentes, quase diários, só não são mais numerosos do que os buracos ao longo dos 12 km de extensão da via. A sinalização é considerada ruim pelos motoristas e não há acostamento.
Os problemas na estrada expõem constantemente ao risco de morte os moradores do bairro, assim como os centenas de trabalhadores das empresas instaladas na região, além de quem busca lazer na represa do rio Jaguari.
Uma reforma definitiva é solicitada pelos moradores da região há muitos anos. Segundo especialistas, ela deveria ser feita antes da fase crítica de chuvas, que piora a situação do asfalto esburacado, e cujo custo seria de R$ 10,8 milhões, segundo cálculo feito em linha com tabela do DER – SP. O valor equivale a cerca de 1,5% dos impostos anuais pagos pela Ambev, umas das empresas instaladas às margens da via e cujos funcionários estão expostos diariamente ao risco de morte em acidentes ocasionados graças ao péssimo estado de conservação da estrada. Assim como os moradores do bairro Pagador Andrade que transitam por esse caminho (único acesso ao bairro), os trabalhadores das demais empresas da área e apopulação que busca lazer nas águas da represa do rio Jaguari.
“A cada chuva os buracos só aumentam, podendo causar até acidentes fatais”, reclama Marcos Paulo da Silva, morador do Pagador Andrade.
No ano passado, três pessoas morreram em decorrência de acidentes na estrada, sendo que uma das vítimas era um policial militar.
Fábrica investe na cidade, mas vê funcionários correndo riscos
Em 2011, a Ambev investiu cerca de R$ 80 milhões nessa fábrica, escolhida inclusive para ser a primeira do país a produzir a Budweiser. No entanto, como contrapartida, a empresa, assim como outras da região, enfrenta sérias dificuldades para garantir a segurança de seus funcionários devido ao péssimo estado de conservação da via.
A unidade da cervejaria na cidade, inaugurada em 1988 (ex-Brahma), emprega hoje mais de 1500 funcionários entre diretos e terceiros. Pessoas que trafegam diariamente pela estrada e convivem com a iminência de mais um acidente fatal.
Segundo a empresa, foram gerados em 2010 R$ 680 milhões em impostos (federais, estaduais e municipais) na cidade – o que representa cerca de 20% da arrecadação do município.
Em julho do ano passado, a Ambev participou de uma reunião com a prefeitura de Jacareí e com o DER para discutir as melhorias necessárias na estrada. Em dezembro houve novo encontro, entre a cervejaria e a prefeitura, mas segundo a empresa, nada foi feito.
Além da empresa, os moradores do bairro Pagador Andrade e o sindicato dos trabalhadores da unidade da Ambev em Jacareí estão mobilizados para reivindicar junto à prefeitura uma reforma na Estrada Pagador/Jaguari.
Outro lado
A Secretaria de Comunicação Social da prefeitura enviou a seguinte nota:
A Prefeitura de Jacareí informa que a estrada Biagino Chieffi recebe manutenção periodicamente, como a operação tapa-buraco – a última intervenção foi em agosto de 2011, e está prevista uma nova manutenção no início de 2012.
A prefeitura informa ainda que a recuperação total da estrada exige investimentos muito altos, e para isso busca parcerias com empresas e com o Governo do Estado. O prefeito Hamilton já protocolou, junto ao Governo do Estado, pedidos para a duplicação da estrada até as instalações da AmBev (Brahma).
Em julho de 2011 o governador Geraldo Alckmin anunciou a duplicação de um trecho da estrada Biagino Chieffi até o acesso à fábrica da montadora chinesa Chery, como parte do protocolo firmado para a instalação da empresa na cidade.
A prefeitura informa ainda que, por meio da Lei de Incentivos, há estudos em andamento junto à AmBev para a recuperação da estrada até as instalações da empresa.