Imagine a seguinte cena: O cidadão anda com uma pequena quantidade de cocaína, retira-a do bolso e começa a cheirar, no meio de uma praça. Fica nervoso, quer comprar mais e resolve assaltar alguém. A polícia chega e aborda-o com a droga, mas não pode detê-lo, pois ele apenas está com uma quantidade para “consumo próprio”. Os traficantes agradecem, pois agora seus clientes podem portar seus produtos sem o risco de serem aborrecidos.
A mãe que ver o filho com um pouco de cocaína, comprada do traficante (ou será que querem legalizar a venda da cocaína em qualquer esquina) terá que “aceitar” a situação, pois não será crime andar com um pouco do maldito pó no bolso.
Querem descriminalizar, dando carta branca para qualquer um chafurdar na maconha, na cocaína e no crack na hora que quiserem.
A proposta dos juristas prevê: ” Se a pessoa for flagrada vendendo substâncias entorpecentes, independente da quantidade que possua, será enquadrada como traficante e presa. Nesse caso, a pena proposta pelos juristas será de cinco a dez anos de prisão, e não mais até 15 anos como na lei atual.”
Ou seja, basta não ser flagrado para não ser oficialmente um traficante. Denúncias não terão valor. O que o país ganha com a descriminalização das drogas? Nada. Como se não bastassem os acidentes causados por pessoas alcoolizadas, agora temos também os propiciados por usuários de maconha, a droga que tira os reflexos.
Algumas pessoas defendem a maconha industrializada, vendida pela Philip Morris ou pela Souza Cruz, por exemplo. Esta terá que ter muitos impostos embutidos, para cobrir os gastos de saúde com os novos e velhos viciados. Consequentemente, terá que ser muito cara e também não acabará com o tráfico, que venderá a mesma a preços baixos.
Tenho vergonha destes ditos juristas. Espero que o Congresso e a presidenta Dilma tenham bom-senso para não aceitar este descalabro contra a sociedade. Vale lembrar que em pesquisa recente, 78% da população em pesquisa mostrou-se contra a descriminalização da maconha.
Alguns podem falar que cada um tem o direito de fazer o que quiser com o corpo, inclusive o direito de usar drogas. Ocorre que o direito de um termina onde começa o do outro. É meu direito viver em um país onde pessoas não andem com drogas nos bolsos para usarem quando e onde quiserem, podendo matar, roubar e causar acidentes, seja por euforia ou por diminuição dos reflexos.
Se alguém é a favor, pense: O que o país ganha com a descriminalização de mais drogas? O que há de bom nisto? Já não bastam os problemas que temos com o álcool e o tabaco? Já não bastam as vítimas do fumo passivo? Os acidentes causados por bêbados dentro do seu direito de se alcoolizarem, sendo que não há bafômetros suficientes para fiscalizar a bebida alcoólica no trânsito?
O estado tem que se preocupar em combater cada vez mais o tráfico e fazer mais campanhas contra as drogas, não descriminalizá-las.
Aurelio Moraes é jornalista