O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto de Carvalho, deve apresentar, amanhã, (18), à presidente Dilma Rousseff a situação dos trabalhadores da General Motors em São José dos Campos e pedir que ela se posicione sobre os planos da montadora em realizar demissão em massa na planta local. Em reunião realizada nesta terça-feira, dia 17, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, Gilberto de Carvalho manifestou sua discordância em relação a ameaça de demissões na GM, já que a empresa tem recebido benefícios fiscais por parte do Governo Federal.
O ministrou também afirmou que o Governo vai procurar a General Motors para cobrar explicações. O Sindicato dos Metalúrgicos relatou ao ministro toda a situação vivida pelos trabalhadores e os fatos que levam ao risco de demissão em massa no setor MVA (Montagem de Veículos Automotores), onde são fabricados os modelos Corsa, Classic e Meriva e que deve ser totalmente desativado. Semana passada, a montadora tirou de linha o modelo Zafira, que era fabricado no setor. Em menos de um mês, 356 trabalhadores da GM foram demitidos por meio de PDV (Programa de Demissão Voluntária). “O encontro foi positivo, considerando-se que o ministro reconheceu que a posição do Sindicato em defesa dos empregos é justa, que o plano de demissões da GM não se justifica neste momento e que o caso será levado diretamente à presidente Dilma.
Este é mais um motivo para que os trabalhadores continuem mobilizados para pressionar a empresa e chamar a atenção da sociedade”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates. “Agora é necessário que o governo aja, porque é inadmissível que uma empresa que recebe benefícios fiscais adote essa política de fechamento de postos de trabalho”, conclui. Além de Luiz Carlos Prates, também participaram da reunião o coordenador nacional da CSP-Conlutas, José Maria de Almeida, e o deputado federal Carlinhos de Almeida (PT/SP). Paralisação Os trabalhadores da GM encerraram, nesta terça-feira, dia 17, a greve de 24 horas aprovada ontem em assembleia. A mobilização já estava prevista desde quinta-feira, dia 12, quando foi protocolado na empresa aviso de greve. A paralisação aconteceu quatro dias após a reunião realizada entre GM, Sindicato e Secretaria de Relações do Trabalho. No encontro, o Sindicato reforçou suas reivindicações pela manutenção dos postos de trabalho, mas a empresa continuou sem apresentar alternativas.
Até o final de julho, a própria empresa colocou um prazo para definir e divulgar a situação da planta de São José dos Campos. Entre os dias 20 e 25, deve acontecer uma nova reunião entre Sindicato, GM, Prefeitura e Ministério do Trabalho.