As Polícias Civil e Militar confirmam a apreensão de papéis com pelo menos 40 nomes e apelidos de pessoas, além de rotinas de seus familiares. O material, já encaminhado pela perícia, foi encontrado na noite de terça-feira (30), na favela Paraisópolis, no bairro do Morumbi, zona oeste de São Paulo.
A corporação não disse, porém, se os nomes da lista são de policiais civis ou militares. Supõe-se que eram pessoas marcadas para morrer. A apreensão foi feita durante ação da Operação Saturação, que também prendeu oito pessoas em outras duas favelas da capital.
De acordo com o comandante do Batalhão de Choque da PM, coronel Cesar Augusto Morelli, “os nomes e o que mais está escrito nessa lista estão sendo analisados”, resumiu.
A confirmação foi feita na tarde desta quarta-feita (31) em entrevista coletiva na sede no Denarc, da qual participaram a PM e a Polícia Civil. Os respectivos chefes das corporações, falaram sobre a operação em Paraisópolis, ontem, e na São Remo e Funerário, hoje.
O diretor geral do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, Jorge Carrasco, afirmou que só exame de balística das armas apreendidas pela policia durante as operações é que ajudará a definir a autoria dos crimes contra PMs na cidade de São Paulo. Carrasco disse desconhecer uma lista de nomes.
“Temos 57 homicídios de PMs na capital e Grande SP neste ano, e 23 deles estão esclarecidos. Observamos que a maior parte se dá em periferia com autor usando moto, capacete ou capuz. Mas é sempre uma dificuldade obter testemunhas – impera a lei do silencio”, afirmou o diretor. Conforme Carrasco, os motivos dos 23 casos esclarecidos vão desde motivação passional à vingança. “Cada caso é um caso investigado separadamente. Mas não é fácil identificar o autor sem testemunha”, disse.
Segundo o diretor do DHPP, “já está confirmada” a participação de dois homens presos hoje na São Remo na morte do policial da Rota André Peres de Carvalho, mês passado, perto da comunidade. O policial afirmou ainda que que há outros 6 mandados de prisão a serem cumpridos pelo menos crime -suspeitos de terem indicado a casa em que o policial morava e de ter providenciado carros para os bandidos, por exemplo.
A operação não tem prazo para ser concluída.
Informações: UOL