Time de vôlei feminino termina antes mesmo de começar

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Durou pouco o sonho de Jacareí ter um time de vôlei feminino na disputa da Superliga. O prazo da Confederação Brasileira de Vôlei para oficializar o time na competição terminou na última semana e a equipe não conseguiu os cerca de R$ 2 milhões para viabilizar o projeto.

Entenda o caso:
Jogadoras  como a renomada Fernandinha, campeã olímpica em 2012, a central Fernanda Isis e a ponteiro Thaís Barbosa, ex-Usiminas, a ponteiro Soninha e a central Renata Manggioni, vindas do Amil Campinas, e a oposta Renata Colombo, que era do São Bernardo estavam em Jacareí para participar de um time montado através de um convênio entre a Prefeitura de Jacareí e a equipe de vôlei.

Mas o pior aconteceu. As jogadoras não receberam salário desde que foram contratadas e afirmaram que o ex-técnico Robson Guerreiro ofereceu pagar os atrasados com dinheiro que ele mesmo disse ser sujo, de origem política. “Ele e o preparador físico chamaram a gente para uma conversa e disseram que haviam conseguido um dinheiro.  Mas que eles não poderiam depositar na nossa conta, pois tratava-se de um dinheiro “sujo”, de origem política, segundo as palavras deles mesmos”, afirmou ao jornal Lance Thaís Barbosa, ponteira da equipe.

“Eles falaram que estavam procurando um carro blindado para buscar o dinheiro. Eu levantei a mão e avisei que dinheiro sujo não íamos aceitar”, completou Fernandinha.

Além dos salários, as atletas disseram que receberam do ex-técnico a promessa da contratação de um plano de saúde coletivo. Como esse compromisso também não foi cumprido, o convênio médico nunca apareceu e uma das jogadoras teve de pagar uma cirurgia com o dinheiro da família.

“Eu machuquei meu dedo durante um amistoso. Fui para a Santa Casa de Jacareí, que tem condições horrorosas. Fiz os exames e precisei fazer uma cirurgia na mão. Uma colega, que teve de passar pela mesma cirurgia, me disse que o valor era de cerca de R$ 20 mil. Eu consegui um amigo, que só me cobrou R$ 2 mil, só cobrou os gastos que teve. Mas nunca mais vou ver esse dinheiro”, disse Renata Maggioni, meio de rede, que veio de Campinas.

Por outro lado, o supervisor da equipe, Antônio Carlos de Magalhães, o Tonhão, também acusa Guerreiro de tê-lo enganado.

De acordo com Tonhão, foi por meio de um telefonema de Guerreiro que o projeto começou a tomar corpo. Na primeira ligação, ainda de acordo com o diretor, o ex-técnico disse que tinha Correios/Sedex, Banco de Brasília, Rainha e Mizuno como patrocinadores, com contratos assinados.

Outra versão– Também em entrevista ao jornal Lance, o ex-treinador da equipe Robson Guerreiro se manifestou sobre o caso: “Eu também tive de mudar minha vida e fiquei sem receber. A culpa não foi minha. É difícil apontar os responsáveis. Mas se a empresa (Correios) desistiu de dar o dinheiro para a gente, eu não tenho culpa”. Ele ainda alfinetou os jacareienses: “Eu continuo procurando os patrocínios e agora vou oferecer para outros times, já que eles me tiraram de lá sem nenhum motivo e não tiveram paciência de esperar para receber”, completou.

O NJ apurou com fontes do meio do vôlei que é provável que a equipe saia da cidade e vá para Barueri, por meio de algum patrocinador.

O NJ também procurou a prefeitura que enviou a seguinte nota:

“A Prefeitura de Jacareí esclarece que, desde maio, se colocou à disposição no que fosse possível para viabilizar a montagem da equipe de vôlei feminino da cidade. As primeiras tratativas se deram em reunião com um representante da Apef (Associação dos Professores de Educação Física), responsável pelo time, quando a Administração se dispôs a ceder o espaço para os treinos e jogos da equipe, além de sinalizar com a possibilidade de um convênio – estimado em R$ 86 mil – para viabilizar os custos de inscrição para as competições da temporada 2013/2014 – Copa São Paulo, Campeonato Paulista e Superliga. Em 10 de junho a equipe iniciou os treinos no EducaMais São João – equipamento público que conta com quadras oficiais e toda a infraestrutura necessária.

Desde então, a Apef tem feito negociações junto a possíveis patrocinadores, sem qualquer ingerência da Administração municipal. A Prefeitura de Jacareí ressalta que espera que o caso tenha um desfecho positivo, mas lamenta os desdobramentos até o momento junto à imprensa e, principalmente, a situação das atletas – algumas de renome internacional, como a medalhista olímpica Fernandinha.

Por fim, a Prefeitura de Jacareí informa que, para este ano, foi destinado um total de R$ 1 milhão para projetos beneficiados pela LIFE (Lei de Incentivo ao Esporte), a serem captados junto a patrocinadores para equipes de competição, com resultados de destaque como no basquete, rugby, atletismo, tênis de mesa, ciclismo, entre outras modalidades. A Prefeitura mantém, ainda, convênios com várias modalidades apoiando projetos de esportes de base”.

 

 

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