Engrossando as mobilizações da Campanha Salarial, os metalúrgicos da Embraer rejeitaram, nesta quinta-feira, dia 26, a proposta de 6,07% de reajuste apresentada em negociação pelo setor aeronáutico. Cerca de 3 mil trabalhadores participaram da assembleia na entrada do primeiro turno, paralisando e atrasando em uma hora o início da produção na fábrica.
Até agora, o grupo patronal do setor aero, liderado pela Embraer, reuniu-se apenas uma vez com o Sindicato para negociar a pauta de reivindicações da categoria. Para efeito de comparação, há grupos de outros setores metalúrgicos que já estão na sexta rodada de negociação.
Os trabalhadores da Embraer reivindicam, principalmente, 13,5% de reajuste e redução da jornada para 40 horas semanais. A proposta patronal de 6,07% equivale apenas à reposição da inflação, com zero de aumento real. Na fábrica, a jornada de trabalho é de 43 horas semanais, a maior do setor aeronáutico e uma das maiores entre as empresas metalúrgicas da região.
A categoria também exige o reinício imediato das negociações. A única reunião aconteceu no dia 5 de setembro.
“Não vamos aceitar essa postura arrogante da Embraer, que impõe um índice de reajuste e sequer aceita negociar com o Sindicato. Exigimos que a empresa convoque uma nova reunião imediatamente para que a pauta de reivindicações seja discutida e negociada. Se não houver negociação, a produção vai parar por tempo indeterminado. Não tem outra saída”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.
Repressão à organização sindical
Frente às mobilizações da Campanha Salarial, a Embraer suspendeu por dois dias (24 e 25 de setembro) o vice-presidente do Sindicato. A suspensão aconteceu menos de uma semana depois da assembleia da Campanha Salarial com os trabalhadores do setor Administrativo, realizada dia 20.
Na assembleia de hoje, os metalúrgicos repudiaram a atitude da Embraer e decidiram que o Sindicato entre com medidas judiciais contra a empresa. Também reafirmaram a reivindicação, já incluída na pauta da campanha salarial, de que os funcionários tenham direito a eleger uma comissão de fábrica, formada por trabalhadores que ajudam o Sindicato nas negociações.
“A Embraer não pode limitar a atuação do Sindicato. Por isso, insistimos no direito à comissão de fábrica, que já é realidade em várias outras empresas”, conclui Herbert.
Uma nova assembleia será realizada, a partir das 14h30, com os trabalhadores do segundo turno.
Os trabalhadores da MWL, em Caçapava, e Parker Hannifin e Emerson, em Jacareí, continuam em greve por tempo indeterminado.