Centenas de trabalhadores da Embraer do distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos, atrasaram a produção em quatro horas (das 6h às 10h), nesta quarta-feira, dia 23. A assembleia reuniu funcionários dos setores de produção e administrativo do primeiro turno. A unidade possui cerca de 2.300 trabalhadores.
A paralisação foi uma resposta dos metalúrgicos à proposta de apenas 6,07% de inflação para setembro e 0,5% de aumento real para janeiro. Esse é o menor índice da categoria metalúrgica em todo o estado de São Paulo.
Esta é a segunda vez, neste mês, que os trabalhadores da Embraer param a produção. No dia 8, funcionários da sede da empresa, na Avenida Faria Lima, também atrasaram a entrada em quatro horas.
A Campanha Salarial dos metalúrgicos já chegou ao final em todos os setores, exceto entre as empresas aeronáuticas, lideradas pela Embraer. Os reajustes por grupos patronais ficaram entre 8% e 9%, sendo que em algumas fábricas bem menores do que a Embraer os trabalhadores chegaram a acordos de 11%.
A unidade da Embraer Eugênio de Melo atua no desenvolvimento e fabricação de ferramental, sistemas de tubulação, solda e serralheria, sistema elétrico, engenharia e ensaios.
“A Embraer não pode continuar fechando os olhos para as reivindicações dos trabalhadores. Trata-se de uma das empresas mais importantes do país e a maior empregadora privada da região. Continuaremos com esse processo de mobilização até que a Embraer avance nas negociações”, afirma Herbert Claros, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Redução da Jornada
Além do reajuste salarial, os funcionários da Embraer também reivindicam a redução da jornada de 43h para 40h semanais. O assunto será inclusive debatido, nesta quarta-feira, dia 23, em Audiência Aberta na Câmara Municipal de São José dos Campos, às 18h.