Jacareiense Antônio Leme, o Tó, fatura dois bronzes no Parapan de Toronto

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Foto: Leandra Benjamin /MPIX/CPB

O jacareiense Antônio Leme, mais conhecido na cidade como Tó, ganhou duas medalhas de bronze nos jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá, na modalidade “bocha paraolímpica”. Ele faturou uma das medalhas no individual, na segunda-feira (10) e outra em duplas, no sábado (8).

A chegada do medalhista a Jacareí, após a conquista no Parapan, está prevista para esta quinta-feira (13), por volta do meio-dia. Amigos e parentes já prepararam uma recepção festiva, com direito a faixa, fogos e churrasco.

Um dos primeiros a praticar bocha paralímpica em Jacareí, Tó joga na categoria BC-3, destinada a pessoas com paralisia cerebral severa. Ele só se movimenta do pescoço para cima e também possui dificuldades na fala. Sua deficiência foi provocada por um acidente durante o seu parto, que privou o cérebro de oxigênio.

Seu irmão, Fernando, além de acompanhar Tó nas competições e atuar como calheiro – o ajudante que segura a calha por onde a bola é lançada, atendendo aos comandos de sinal do jogador -, também faz a função de intérprete, quando ele dá entrevistas.

TrajetóriaAo ser entrevistado, Tó faz questão de lembrar sempre de seu primeiro treinador, o professor de Educação Física Luis Carlos Dudi, que o descobriu e revelou seu talento. “Ele foi o pioneiro da bocha adaptada em Jacareí e serei sempre muito agradecido a ele”, afirmou.

Dudi conheceu Tó vendendo salgados e doces pela cidade em sua cadeira de rodas, atividade que o medalhista exercia para ajudar a família, antes de se tornar atleta. Na época a Cepac (Criança Especial de Pais Companheiros), entidade beneficente de Jacareí, estava começando com a atividade de bocha adaptada como terapia para os seus atendidos. Dudi era voluntário da entidade que, posteriormente, firmou convênio de parceira com a Prefeitura de Jacareí, para tocar o projeto.

O relato de Dudi é sempre emocionado, ao falar do amigo Tó: “Eu via o Tó passando de cadeira, vendendo salgadinho e já imaginava ele jogando bocha adaptada”, disse. “Um dia ele estava perto de casa e eu o abordei. Ele estranhou o convite para praticar esporte, chegou a pensar que eu estivesse debochando, mas peguei o telefone de contato e disse que um dia ele ainda seria um campeão. E aí está; o nosso Tó hoje é herói um nacional”.

Saiba mais – A bocha estreou no programa paralímpico oficial em 1984, em Nova Iorque, com disputas individuais no feminino e masculino. Em Atlanta (1996), foi incluído o jogo de duplas.

Competem na bocha paralímpica paralisados cerebrais severos que utilizem cadeira de rodas. Os atletas são divididos em categorias conforme o nível de comprometimento de suas deficiências.

O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de bolim. É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Dentre esses instrumentos estão as calhas e hastes metálicas que o atleta prende à cabeça ou segura com a boca e que utiliza para impulsionar a bola na calha.

O atleta que inicia a disputa joga primeiro o bolim, de cor branca e depois uma de suas bolas, que são sempre as vermelhas. Depois, é a vez do atleta que joga com as bolas azuis entrar em ação. A partir de então, os adversários se revezam a cada lance e vence quem conseguir posicionar o maior número de bolas o mais próximo possível do bolim.

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