Reforma do ensino estadual vai afetar 620 alunos em duas escolas de Jacareí

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camaraaaCerca de 620 alunos dos ensinos Fundamental e Médio das escolas estaduais Dr. Francisco Gomes da Silva Prado (CENE) e João Feliciano serão afetados pela reorganização da rede pública proposta pelo governo do Estado de São Paulo, a partir de 2016, em Jacareí.

Segundo a medida, a intenção da Secretaria de Estado da Educação é que cada escola funcione por ciclos únicos, ou seja, unidades exclusivas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Desta forma, a E.E. João Feliciano será utilizada exclusivamente para os 170 alunos do Ensino Fundamental e a E.E. Silva Prado para os 450 estudantes do Ensino Médio. Atualmente, estas escolas possuem alunos dos dois ciclos, divididos nos períodos da manhã (Médio) e da tarde (Fundamental).

A alteração foi oficializada pela dirigente regional de Ensino de Jacareí, Ana Claudia Maia, por meio de ofício (nº 885/15) enviado à Comissão Permanente de Educação, Cultura e Esportes (CECE) da Câmara de Jacareí, momentos antes de audiência pública realizada na noite de quinta-feira (28), no Plenário da Casa, que tratou sobre o assunto com pais e alunos da rede estadual, membros do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e parlamentares do município.

Participaram do ato, o diretor e a coordenadora estadual da Apeoesp, Roberto Mendes e Maria Aparecida Rocha dos Santos, além dos vereadores Edgard Sasaki (DEM), Fernando da Ótica Original (PSC), Valmir do Parque Meia Lua (PSD), José Francisco (PT), Antonele Marmo (PT) e Itamar Alves (PDT).

Para a coordenadora da Apeoesp, a reivindicação da categoria é para que a reorganização da rede não atinja nenhuma das oito escolas estaduais em atividade, em Jacareí. “Não queremos nenhuma escola fechada ou alterada pela reorganização”, afirmou. Maria Aparecida ressalta que a medida precariza o aprendizado e compromete a qualidade do ensino. “Medidas como esta não vão melhorar a escola pública. O ensino público só será melhor – como já foi outrora – quando toda a sociedade utilizar a escola pública, desde a classe trabalhadora até as elites”, disse.

Mobilização – Contrária ao modelo de reorganização proposto para as escolas Silva Prado e João Feliciano, a Comissão da Educação da Câmara – formada pelos vereadores Rogério Timóteo (PRB), Rose Gaspar (PT) e Paulinho do Esporte (PMDB), respectivamente presidente, relatora e membro – decidiu confeccionar um requerimento à Diretoria de Ensino da Região de Jacareí para reivindicar a permanência dos ciclos Fundamental e Médio nas duas escolas e a manutenção das atividades nas demais unidades de ensino estadual, no município.

Nossa reivindicação à diretoria de Ensino é para que a Secretaria Estadual não feche e nem faça a reorganização em qualquer escola da rede, em Jacareí”, afirmou o presidente da comissão, vereador Rogério Timóteo. Ainda segundo o parlamentar, “a comissão vai cobrar do Estado a construção de novas escolas em Jacareí, conforme informação constada no ofício da Diretoria regional à Câmara”.

Argumento – Conforme informações publicadas no site oficial da Secretaria Estadual de Educação, a partir de 2016, a intenção da medida é aumentar o número de escolas divididas por ciclos: Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Ainda segundo o portal da Educação, através do ciclo único, alunos do Ensino Médio, por exemplo, poderão estudar apenas com estudantes deste segmento. Entre os benefícios da medida estão a redução nos conflitos entre alunos de idades diferentes, além da melhor gestão da unidade, oferecendo a possibilidade de trabalhar estratégias pedagógicas voltadas a um único público.

Descontinuidade – No entanto, na opinião do diretor estadual da Apeoesp de Jacareí, professor Roberto Mendes, a proposta rompe a continuidade do processo de aprendizagem do aluno dentro do ambiente escolar. “Quanto mais tempo o aluno passa em sua unidade escolar, mais ele aprende, pois se cria um vínculo com o ambiente, proporcionando o desenvolvimento do processo educativo”, explica Mendes.

Ainda segundo o professor, escolas estaduais que possuem três ciclos – 1º e 2º ciclos (da 1ª a 4ª série e do 5ª ao 8ª ano) do Ensino Fundamental, e o Ensino Médio – atualmente não funcionam em conjunto. “Elas desenvolvem suas atividades em períodos diferentes, com o Ensino Médio na parte da manhã e o Ensino Fundamental no período da tarde”, disse.

Proposta – De acordo com Mendes, entre as alternativas propostas, a categoria sugere “a adoção de uma política de investimentos na Educação, com mais recursos para novos equipamentos, melhor infraestrutura, com novas salas de leitura e bibliotecas, além de melhores condições de trabalho e de remuneração para professores e funcionários da rede”, conclui.

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