Você certamente deve ter se perguntado, porque alguns medalhistas olímpicos do Brasil prestaram continência na hora do hino nacional. Pelo simples fato de serem militares, certo? Talvez! Vamos a “explicação”, um terço da delegação brasileira nos jogos é composta por sargentos. Entre eles, estão os três medalhistas de ouro: Rafaela Silva, sargento da marinha, Thiago Braz, da aeronáutica e Robson Conceição, também da marinha. Nove dos onze medalhistas, na verdade, são terceiros-sargentos das forças armadas.
Na verdade, eles fazem parte do “Programa Atletas de Alto Rendimento”: as Forças Armadas pegam o atleta pronto, oferecem automaticamente uma patente de terceiro-sargento e um salário de R$ 3.200 para cada um. Em troca, esperam que eles batam continência num eventual pódio. De fato, ali, ninguém presta serviço militar. Eles apenas treinam. E se quiserem, podem usar as instalações dos quartéis para praticar seus esportes – coisa que muitos deles não fazem, já que treinam em clubes particulares, (Caso do ginasta medalhista, Arthur Nory, atleta do Pinheiros de SP).
O programa foi uma iniciativa do governo Lula, em uma parceria que o Ministério do Esporte e o da Defesa firmaram em 2008. A ideia é aproveitar a notoriedade das Forças Armadas. Existe quartel praticamente em grande parte do país. Logo, atletas do Brasil todo passam a ter instalações para treinar – coisa que boa parte deles não tinha. Os salários equivalem a uma carta de alforria para a maior parte deles, já que sem esses R$ 3.200 os atletas sem patrocínio teriam de trabalhar – neste caso não teriam as mínimas condições de disputar as olimpíadas.
Esses salários custam cerca de R$ 18 milhões por ano ao governo. Uma verdadeira “Merreca”, se compararmos o que a Petrobras gasta em 20 dias com o aluguel de uma única sonda de petróleo. E a companhia opera 45 sondas. O ganho em “Felicidade Interna Bruta” para o país a cada medalha supera fácil um gasto desses. (Para refletir).
De fato, eles não são militares de verdade. (Respondida a questão), porém nem por isso o apoio das Forças Armadas é puramente midiático – ele faz diferença para os atletas, e proporciona um belo entretenimento para o restante dos brasileiros, a custo “baixíssimo”, aproveitando a estrutura que Exército, Marinha e Aeronáutica já têm. Neste caso está justificada a continência na hora do pódio meus amigos, mas sem confundir as bolas ok.
Notícia, opinião e informação você encontra no NJ!
*por Ale Rodrigues