Exposição no Museu relembra 80 anos da Revolução de 32

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Este ano São Paulo comemora os 80 anos da Revolução Constitucionalista. E Jacareí, assim como outras cidades do Vale do Paraíba, não fugiu à batalha. Entrou para valer na Revolução de 1932. Entre voluntários e convocados, 174 homens seguiram para o front. Já outra lista do jornal Folha do Povo, que consta no acervo do Arquivo Público e Histórico comprova doação de utensílios domésticos,dinheiro e até de cabritos. E o público tem a oportunidade de conhecer mais sobre esteacontecimento – considerado um dos maiores movimentos armados da história do Brasil.

A partir deste mês o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba apresenta a exposição SP – 1932 – 80 Anos da Revolução Constitucionalista, uma iniciativa do SISEM (Sistema Estadual de Museus de São Paulo) e do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. A exposição – que foi atração de 11 de agosto a 11 de outubro no Arquivo Público de São Paulo, na Capital Paulista – revela por meio de imagens, vídeos e documentos, detalhes deste acontecimento que gera controvérsias até hoje.

O público pode conferir a organização dos combatentes no que se refere à assistência médica e odontológica, alimentação e mapas. Entretanto, em Jacareí a exposição ganha novos materiais que comprovam a participação efetiva da cidade na Revolução. São documentos, jornais e fotos que fazem parte do acervo do Arquivo Público e Histórico de Jacareí, vinculado à Fundação Cultural de Jacarehy José Maria de Abreu.

Entre as curiosidades está a foto do enterro simbólico de três jacareienses que morreram em combate. “Encontramos uma foto do enterro dos combatentes Acrisio Santana, Gabriel Soares e Pedro Souza Ramos. Na verdade, não havia ninguém dentro dos caixões”, revela o diretor de Cultura da Fundação Cultural de Jacarehy, Alberto Capucci. Segundo o diretor, há duas releituras da Revolução de 32. Uma é de que o movimento foi reação da elite paulista descontente com fim da “política do café com leite” e Getúlio Vargas no poder. E outra é de que realmente foi um movimento constitucionalista. “A ideia da exposição é que o público reflita melhor sobre Revolução que teve participantes de Jacareí e região, como o estudante Euclides Miragaia, de São José dos Campos, cujo sobrenome compõe a sigla MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo)”, destaca Capucci.

Entre aves e cabritos

A adesão de Jacareí aos ideiais dos constitucionalistas tinha apoio inclusive da imprensa local. O jornal Folha do Povo tinha uma coluna intitulada Movimento Constitucionalista, onde, na edição de 24 de abril de 1932, o partido Democrático de Jacareí convoca a população para conferência pública em favor da Constituinte. Em edição de 21 de agosto a coluna Movimento Constitucionalista da Folha do Povo publica um comunicado da Prefeitura Municipal intitulado “Ao povo de Jacarehy” convidando para o “alistamento voluntário para as Forças Constitucionalistas”.

Uma outra edição do mesmo jornal  apresenta uma lista de doações para o Movimento que contêm desde gêneros alimentícios, roupas, binóculos, cigarros, utensílios domésticos e até animais como cabritos, porcos, aves e gado. “É interessante descobrir que o Arquivo Público e Histórico de Jacareí mantém documentos e jornais que comprovam a participação da cidade no movimento. Além de enviar combatentes, a cidade também colaborou com a doação de mantimentos, animais e dinheiro para a Revolução”, comenta Robson da Silva Oliveira, estudante de História da Univap e estagiário do Arquivo Público e Histórico de Jacareí. “Outra observação é de que os oponentes eram chamados de ditadores”, completa.

Serviço– Exposição SP – 1932 – 80 Anos da Revolução Constitucionalista – Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, Rua XV de Novembro, 143, Centro – aberto de terça a sexta-feira, das 9h às 17h e sábado e domingo, das 11h às 17h. Visitas agendadas: (12) 3953-3574. Entrada gratuita.

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