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Muita gente que circula pelo grande prédio na rua Lamartine Delamare, que hoje abriga repartições públicas municipais, não imagina que aquela construção, que já foi muito conhecida também por “Educandário”, já tenha sido um local marcado pela segregação. Uma oportunidade para conhecer mais esta parte da história de nossa cidade é a palestra “O Preventório de Jacarehy”, que a Fundação Cultural José Maria de Abreu promove nesta sexta-feira (26), às 19h, no Arquivo Público e Histórico Municipal.
A palestra resulta de uma pesquisa intensa do professor de História e pesquisador Allan Oliveira sobre o “Preventório” que funcionou em Jacareí entre os anos 1932 e 1952 como local para abrigar filhos de vítimas da hanseníase (lepra). Com base na política sanitária da época, o próprio Estado separava os filhos de seus pais e os enviava para o Preventório com o propósito de impedir o convívio dessas crianças com o resto da população.
“Muitas saíram de lá sem nunca saber quem eram seus pais”, ressalta Oliveira, que se interessou em pesquisar o assunto ao se deparar com documentos que revelavam a existência desse drama. “Foi no período em que estagiei no Arquivo Público de Jacareí, entre 2010 e 2012, que conheci documentos que inclusive revelam a condenação do Estado pelo crime de ‘alienação parental’, entre outros fatos. Isso me deixou muito sensibilizado e decidi me aprofundar no tema para o meu projeto de conclusão do curso de História”, relata.
Segundo Oliveira, a palestra será dividida em três partes: a duas primeiras abordam informações sobre a própria doença, a lepra, e a formação da Saúde Pública. Já a terceira parte trata do cotidiano das crianças no Preventório, o regimento interno do local, estatísticas e a perspectiva daquelas crianças.
Exposição – Para outubro está programada uma exposição de fotos e documentos sobre o caso do Preventório no Arquivo Público Histórico Municipal. Os materiais fazem parte do acervo do Arquivo.
Serviço – Sexta-feira (26), 19h – Palestra “O Preventório de Jacarehy” — Arquivo Público Histórico Municipal – rua Alfredo Schürig, 300, Centro. Entrada gratuita.
