Família ê, Família a, Família!

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A criança boca aberta da primeira foto sou eu no dia do casamento dos meus primos Luiz e Cristiane, que muitos de vocês conhecem como os pais da Maiara. A menina da segunda foto é a Cris e o noivos são meu pai e minha mãe.

Vi minha foto pela primeira vez há menos de uma semana, quando a Má me enviou, mas cresci ouvindo que ela existia e pensava nisso toda vez que revisitava o álbum de casamento dos meus pais. Treze anos e uma Cris mais fofa e comportada as separam.

E nada mais

Envaidecidas e envaidecidos por nossa necessidade de opinar sobre tudo ainda que falando as maiores abobrinhas, entramos numas conversas que só servem para rotular as diferentes fases da vida. Expressamos desejos de congelar a infância, fingir que adolescência não passa de uma espécie de chatice coletiva e de disfarçar um medo bruto de despencar ladeira abaixo na vida adulta sem compartilhar ou valorizar nossas personalidades, valores, alegrias e memórias.

Passei grande parte da minha infância na casa da Cris e do Luiz. Lá brincávamos com o Zeus, um dos cachorros mais bonitos que já passaram pelos quintais desse país, meu pai trocou seu Chevette por um Monza (uma história que daria outro texto), ríamos das nossas piadas internas e brincávamos no campinho da rua sem saída. Minha adolescência seguiu os roteiros dos afastamentos familiares para na maturidade a reaproximação acontecer na base do carinho, da gratidão e principalmente do reconhecimento.

Existe mais da minha prima em mim do que uma fotografia mico- familiar poderia mostrar.

Famílias são muito maiores que um normalizar de relações tóxicas. Se você tem a sorte de não conviver com os “Ele errou, mas é seu pai”, “Ela é grossa, mas é sua irmã “abrace as suas heranças, tenha orgulho das suas origens, mas não as romantize.

Se já teve que ouvir isso e soube como trabalhar esses desacertos, fico feliz por você.

Mesmo as pessoas que mais amamos dão as suas pisadas na bola.

E a gente também, é claro. Alecrins dourados só são fofinhos na música, e olha lá.

Laços são para unir, não sufocar.

Vez ou outra eles dão uma afrouxada, mas tudo é questão de tempo (e amor) para virar coisa bem feita e bonita de novo.

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