Futebol por Música; Música por Esporte e Cidadania para a Memória

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Santos da América

O tricampeonato santista na Libertadores coroou uma das equipes mais festejadas do futebol brasileiro, talvez a mais querida do novo em folha século XXI. Nem mesmo a rivalidade impediu que “alguns” palmeirenses, são paulinos e corintianos reconhecessem o feito dos meninos da Vila.

Só o tempo vai dizer, mas me arrisco a colocar o atual campeão da América lado a lado com o Flamengo de Zico, o Cruzeiro de Tostão e até mesmo o Santos de Pelé. Não vivi a época destas grandes equipes, mas olhando para a história percebo que despertavam a admiração dos amantes da bola, independente do time de coração. Além disso, seus craques transpunham as barreiras clubísticas, como acontece na seleção. Afinal, alguém se atreve a discordar que atualmente Neymar e Ganso são os jogadores mais decisivos do Brasil?

Mesmo no ano passado, quando ainda se suspeitava da maturidade dos craques santistas, fomos premiados com partidas monumentais. De lá para cá, saíram Wesley, Robinho, Felipe e André; chegaram Elano, Jonathan, Danilo e Rafael, mas a mudança fundamental, a meu ver, está no banco; Muricy Ramalho deu corpo ao time, conseguiu conciliar o DNA ofensivo de seus craques com uma postura defensiva eficiente (e necessária). Basta observar o rendimento de Durval, antes e depois do técnico.

Agora resta aos os admiradores do futebol arte torcer para que o desmanche não chegue aos principais jogadores, afinal é impossível ficar imune ao exercício de imaginar a partida entre Santos e Barcelona. Caso não encontrem um Mazembe pelo caminho, a genialidade de Messi e Cia. só poderá ser contida pelo imponderável, que do lado santista se manifesta através de Neymar e Ganso. Quem viver verá!

 

Play List

 O novo disco de Madeleine Peyroux (pronunciase Peru) intitulado “Standing on the Rooftop” é, sem sombra de dúvidas, dos melhores lançados em 2011. Diferente de seus antecessores, seu novo trabalho é mais intimista, calcado na simplicidade, tanto na delicada interpretação da cantora, quanto na sonoridade das canções.

A música de Madeleine me fisgou após vê-la se apresentar no “Altas Horas” do Serginho Groisman há dois anos. Seus primeiros discos tinham maior influência do jazz e sua interpretação era virtuosa, com timbre e performance próximos ao de Billie Holiday (se é que isto é possível).

A atual delicadeza e sutileza nas interpretações e nos arranjos foram propositais, exceto as ótimas releituras de Martha, My Dear (Lennon/McCartney), I Threw It All Away (Bob Dylan), Love in Vain (Robert Johnson) e a inédita Lay Your Sleeping Head, My Love (Marc Ribot / W.H. Auden) as demais são de autoria de Madeleine. Destaque para Leaving Home Again, Fickle Dove e a faixa homônima ao disco.

Esta nova postura da musicista americana reforça minha tendência a apreciar trabalhos mais sutis. Particularmente não consigo compartilhar a ideia (comum no Brasil) daqueles que só associam qualidade musical à potência vocal e ao virtuosismo. Basta ouvirem Almir Sater, Renato Teixeira, João Gilberto, Chet Baker, entre tantos. Mas isto é assunto para outro texto…

 

Memória de Elefante

Os recentes protestos de internautas contra os aumentos salariais de nossos vereadores demonstram que apesar dos pesares, muitos ainda se preocupam com as atividades dos nossos representantes no poder. Não vou entrar nos méritos da necessidade e do explícito abuso na porcentagem do reajuste que só vigora a partir do próximo mandato.

Logo, acho sensato que o eleitorado que se indignou com o caso, sustente esta indignação até as urnas. O que não está bom deve ser mudado! Para isto é necessário muito exercício para a memória, afinal políticos são especialistas em causar “amnésia coletiva”, vide nossos ex-presidentes que querem impedir que documentos oficiais classificados como ultrassecretos jamais cheguem ao conhecimento público. Os dois dispõem de uma obscuridade infinita em seu passado político e se nossa memória não falhasse tanto, eles jamais voltariam ao plenário.

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