Assalto ao Banco Central, Amy e o mês do rock! Um convite ao olhar

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Fui assistir “Assalto ao Banco Central”, filme do renomado ator e diretor de TV Marcos Paulo. Ao contrário dos últimos filmes nacionais que vi no cinema, a sala estava razoavelmente cheia e com um público interessado – exceto um “espectador” que teimava em romper o silêncio com seu sono ressonado e uma mãe que ninava um recém-nascido que ameaçou abrir o berreiro algumas vezes, acho que ele não gostou de algumas cenas…

Apesar de alguns méritos, achei que o filme derrapa na tentativa de se enquadrar no filão policial/ação. A utilização de elementos presentes em projetos hollywoodianos do gênero, como o bandido frio e calculista, policiais viciados em trabalho e o triângulo amoroso entre os criminosos, não funcionaram bem. Também sofre do problema de alguns filmes nacionais, explica demais, duvida da nossa subjetividade como várias atrações da televisão. Por outro lado, as cenas são bem acabadas e o texto é afiadíssimo, com sequências bem humoradas.

A história de um dos maiores furtos a banco do país mexeu com o imaginário da população, que ainda indaga como os responsáveis conseguiram e o que foi feito com todo aquele dinheiro. Li recentemente o livro “Toupeira” (Editora Planeta) de Roger Franchini, que destrincha o assalto em mais detalhes, com uma narrativa deliciosa. Nele, ficam explícitos a extorsão da polícia (que ficou com uma boa parte do roubo) e o envolvimento do PCC na arquitetura do crime, embora o próprio autor assuma que a investigação e os processos tenham deixado lacunas. Sendo assim, entre licenças poéticas e espaços preenchidos, as várias versões literárias não dão conta dos fatos e a cinematográfica não tem esta pretensão. Ainda assim, vale a pena conferi-las.

 

Direto do Túnel do Tempo

 

No último dia 13 comemorou-se o “Dia do Rock” e para muitos, julho é o mês do rock. Aproveitando a deixa, recorro a uma matéria que li sobre uma série impressionante de lançamentos do gênero em 1991, há exatos 20 anos.

Concordo com a afirmação que em termos de inventividade nada supera os anos 1960, com Beatles, Rolling Stones, Beach Boys, The Who, Bob Dylan e tantos outros, mas o ano de 1991 impressiona pela coincidência (ou não) de discos que hoje podem ser considerados clássicos.

Vamos a lista, destaco: “Out of Time” do REM (que tem “Losing my Religion”), “Metallica” (o vulgo álbum negro que dispensa apresentação), “Ten” do Pearl Jam (que apresentou ao mundo a banda de Eddie Vedder com canções como “Alive” e “Jeremy”), “Use Your Ilusion 1 e 2” do Guns N’Roses (com vários hits da banda como “November Rain” e “You Could Be Mine”), “Nevermind” do Nirvana (o melhor disco da turma de Kurt Kobain), “Blood Sugar Sex Magik” do Red Hot Chili Peppers (give it away, give it away, now…), “Badmotorfinger” do Soundgarden (trilha do game Road Rash) e “Achtung Baby” do U2 (disco que lançou “One”, para mim a melhor coisa que Bono e Cia. já fizeram).

Não sei se há explicação para o fato ou se foi mera coincidência. Muitos atribuem ao momento do mercado que estava dando espaço para bandas independentes, ocasionando uma carona criativa de outras que já estavam consolidadas. De qualquer forma vale o registro e fica a torcida para que novos “anos férteis” aconteçam. Para quem não conhece estas obras-primas, o bom e “novo” download pode ser providencial.

 

Partida

 

A morte de Amy Winehouse trouxe novamente a sensação de orfandade aos apreciadores da boa música. Mais que o sensacionalismo dos excessos da cantora e essa tolice de tentar mitificá-la (outra que morre aos 27, blá, blá, blá…) fica uma lacuna devido ao seu talento único e inovador no cenário “mesmístico” da música dos anos 2000. Mesmo com bons artistas influenciados por seu trabalho (Adele, Duffy e outras) seu espaço jamais será preenchido e sua pequena obra ficará como boa referência, o resto é chatice para fomentar a morbidez de quem precisa.

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