Invasão da USP:Muita bagunça e pouco conteúdo

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Este movimento na USP deve servir de exemplo para todos os Movimentos Estudantis espalhados pelas universidades públicas do país. Procurei acompanhar todas as informações, em diferentes veículos, e não encontrei, em nenhum momento, algo plausível na manifestação. Primeiro, invadiram o prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas devido à prisão de três estudantes que foram pegos pela PM usando drogas dentro da Universidade.

Não contentes, decidiram, em assembleia, ocupar o prédio da reitoria. Agrediram a imprensa sem necessidade, embora haja revolta com algumas matérias tendenciosas que são divulgadas. E, ainda, depredaram o patrimônio público (prédio, veículos da polícia, etc.).

Não pretendo entrar no mérito de “ter ou não ter” a presença da PM nos campi, pois me parece uma discussão irrelevante, tendo em vista a quantidade de furtos, roubos e sequestros que ocorrem nas universidades.  A presença da PM e de uma política de segurança nas universidades se fazem necessárias para a segurança dos acadêmicos que querem, de fato, estudar.

 

Voltando à mobilização, sabemos que a USP, e todas as universidades públicas, têm uma série de problemas mais relevantes que precisam ser debatidos e resolvidos, tais como: falta de professores, falta de espaço físico para as atividades, falta de equipamentos, falta de funcionários, falta de livros nas bibliotecas, falta de moradia estudantil, falta de bolsas de pesquisa, falta de restaurantes universitários, enfim, uma imensidão de itens que necessitam de debates e investimentos. E o papel do movimento estudantil é justamente este, de apontar os problemas, debater possíveis soluções, cobrar investimentos e, sobretudo, garantir uma melhor qualidade de ensino nas universidades. Quando depredam o patrimônio público e lutam pelo retrocesso é um sinal de que querem “marginalizar” o movimento.

Por outro lado, a sociedade não pode criminalizar o Movimento Estudantil de um modo geral. Existem atos inconsequentes e irresponsáveis, como este na USP, mas a grande maioria dos DCE’s fazem um papel muito importante pela igualdade e pela melhoria das universidades públicas.

Que aprendam com os erros e busquem, junto ao Poder Público, melhorias einvestimentos para a Educação. A sociedade que custeia nossos estudos merece mais respeito.

 

Beto Andrade – Jacareiense, acadêmico de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Maringá/UEM

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