E o Oscar Foi Para…
Com a insistência habitual de todo ano, acompanhei a cerimônia do Oscar. Novamente havia assistido aquele volume razoável de filmes para ficar “por dentro” do assunto e umas duas horas antes estava lá, diante da TV e das redes sociais para ver a repercussão da “maior festa do cinema”.
Confesso, mesmo com toda minha paixão pela sétima arte, este ano foi difícil. Tudo bem, esse festival de vergonha alheia que chamam de “Tapete Vermelho” sempre existiu, mas o clima de Copa do Mundo pela música do Carlinhos Brown e do Sérgio Mendes somado aos temas infantis dos principais filmes escolhidos deste ano, ocasionou minha falta de empolgação com a festa.
Em relação aos filmes que concorreram eu gostei de “O Artista”, “Os Descendentes”, “A Invenção de Hugo Cabret”, “A Árvore da Vida”, “Meia Noite em Paris” e “O Homem que Mudou o Jogo”, mas todos têm “senões”. Fiquei ainda mais convicto depois que vi “Shame”, “Precisamos Falar Sobre o Kevin”, “Rampart”, “Deus da Carnificina”, ‘Drive” e “Tudo Pelo Poder”, filmes cuja temática são mais duras e adultas, aparentemente distante dos interesses da Academia. As premiações para “O Artista” e “A Invenção de Hugo Cabret” são justas, acho que são bons filmes, independente de serem mais leves, isso não é demérito. Apenas lamento, pois o maior objetivo do Oscar é colocar a sua marca como um selo de qualidade nas produções que indica; houve um tempo em que indicava “O Poderoso Chefão”, “Os Bons Companheiros”, “A Lista de Schindler”… Hoje indica “Tão Forte & Tão Perto”, “A Dama de Ferro”,”Guerreiro.”
Quanto ao clima de Copa do Mundo, talvez fosse melhor chamar o Galvão e o Arnaldo para fazer a tradução simultânea… Ou o Cleber, daí podia anunciar a abertura do envelope com a clássica: “Hoje não! Hoje não! Hoje sim! Hoje sim?”