Confira Os Melhores Filmes e Discos de 2011

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O Melhor de 2011

Comecei o balanço do que vi e ouvi de melhor em 2011 pensando num texto breve. Mas prolixo que sou, fui registrando, registrando e percebi que fiz quase um raio-x, principalmente dos discos… Antes de fazer o mesmo com os filmes, o bom senso bateu em minha porta.

Também pensei em citar alguns livros, mas percebi que li pouco no ano que passou, e pior ainda, não li nada lançado em 2011. Normalmente leio mais do que meu tempo permite e menos do que eu preciso, eis o meu primeiro objetivo para 2012.

Melhores Filmes

Melhores Filmes - Um convite ao olhar

Filmes Internacionais: A Pele Que Habito, O Garoto da Bicicleta, Medianeras, Um Conto Chinês, Melancolia, A Árvore da Vida, Meia Noite em Paris, Cisne Negro, Poesia, Além da Vida.

Melhores Nacionais 2011 - Um Convite ao Olhar

Filmes Nacionais: O Palhaço, Bruna Surfistinha, Lixo Extraordinário, Bróder, Amanhã Nunca Mais, Estamos Juntos.

Em geral, o cinema que tem feito minha cabeça é aquele que retrata encontros. Entre pessoas é o mais comum, e os mais ricos nos fazem rever nossos valores, desafiar nossas certezas e habitar novos ângulos para aumentar nosso campo de visão.

Em alguns casos surge uma desconfiança que precisamos de certos “ajustes” que não provém de outras pessoas, daí o encontro se dá no nosso próprio universo, que é extenso… Como canta o André Abujamra: “O mundo de dentro da gente é maior do que o mundo de fora da gente”.

Os filmes que listei estão cheios de histórias de encontros. Pensei em citar algumas cenas marcantes, mas acho que pode influenciar os que ainda não viram. De qualquer forma, fica a sugestão para apreciá-los, pois bem maior que lindas histórias de encontros são as transformações que eles nos permitem.

Que 2012 seja repleto de encontros!

Discos Internacionais

Melhores discos 2011 - Um convite ao Olhar

The Strokes – Angles: Após cinco anos de especulações e trabalhos solos, a banda nova-iorquina lançou “Angles” e não decepcionou. Falo por mim, obviamente, afinal o Strokes será eternamente cobrado por novidades, como as que os consagraram no começo da década de 2000. Acho improvável, por isso um pouco de mais do mesmo não é demérito algum. Aliás, a lista de artistas consagrados que fazem isto é extensa… Minha música preferida – Under Cover of Darkness.

Arctic Monkeys – Suck It and See: A banda inglesa mostrou que maturidade pode fazer bem ao rock. Com arranjos melódicos mas sem perder o vigor roqueiro, “Suck…” foi um dos grandes discos de 2011. Em abril estarão em solo brasileiro no aguardado Festival Lollapalooza. Minha música preferida – The Hellcat Spangled Shalalala (sim, não tenho o menor problema com o sha-la-la-lá do refrão!).

Foo Fighters Wasting Light: A cada disco, a banda liderada por Dave Grohl consolida seu lugar entre as melhores em atividade. O sétimo da carreira de 16 anos, foi produzido por Butch Vig (o mesmo do clássico “Nevermind”, do Nirvana), e conta com ótimos riffs e a attitude que é marca da banda. Também estarão no Brasil no Festival Lollapalooza . Minha música preferida – Rope.

PJ Harvey – Let England Shake: O festejado e quase unânime disco da cantora britânica vai além da proposta de discussão sobre as consequências de uma guerra. Boa parte das faixas apresentam certa crueza, mas que talvez propositalmente seja responsável por sua sofisticação. Coisa comum aos grandes artistas. Minha música preferida – Bitter Branches.

Tom Waits – Bad As Me: É impossível ficar indiferente ao timbre cavernoso, à irreverencia e canastrice de Tom Waits, assim como é impossível permanecer no mesmo lugar ao ouvir as treze faixas de “Bad As Me”. E nunca é demais citar as memoráveis participações: Marc Ribot, Flea, Les Claypool e Keith Richard. Minha música preferida –  Pay Me.

The Black Keys – El Camino:  Outro disco muito festejado em 2011. Desde o clipe do single “Lonely Boy”, lançado no YouTube antes do lançamento do disco, criou-se uma expectative para o novo trabalho da dupla norte-americana. Os arranjos tem uma pegada nostálgica (flerta com o rockabilly) mas com uma pegada muito atual. Minha música preferida – Gold on the Ceiling.

Adele – 21: Grande fenômeno do “mainstream” mundial em 2011, superou todos os records e expectativas, inclusive a infeliz comparação à Amy Winehouse. Confesso não ser um disco que ouço da primeira à última faixa, mas isso não o exclui da lista. Torço para que Adele continue autêntica, inclusive no seu visual… Minha música preferida – Rolling in the Deep(Apesar da repetição, ainda soa agradável).

Bon Iver – Bon Iver: Um grande disco cujo maior mérito é a sutileza. Um ótimo exemplo de que é possível fazer música sofisticada e de bom gosto sem ser virtuoso. Minha música preferida – Holocene. 

Discos Nacionais

Melhores discos 2011 - um convite ao olhar

Bixiga 70 – Bixiga 70: A banda instrumental reforça o time daquelas que popularizam o gênero. Um disco dançante, com rica influência de ritmos africanos, que como os próprios integrantes afirmam, vai além do afrobeat de Fela Kuti. Minha música preferida – Balboa da Silva.

Erasmo Carlos – Sexo: Com a mesma pegada do anterior (Rock N’ Roll), o “Tremendão” fala de sexo aos 70 anos, de forma poética, sem cair na vulgaridade e acima de tudo, com o vigor do rock. Minha música preferida – Sentimento Exposto.

Kassin – Sonhando Devagar: Seu disco diz porque é um dos produtores mais requisitados da nova geração. Sofisticado, vai do samba à música eletrônica sem escorregar e as letras remetem ao universo onírico sugerido pelo título. Minha música preferida – Mundo Natural.

Lenine – Chão: Mais intimista nos arranjos, onde incorporou sons do cotidiano, Lenine trouxe a inventividade que lhe é peculiar. A falta do peso presente em algumas canções do anterior “Labiata” é compensada por letras cheias de poesia. Minha música preferida – Amor é Pra Quem ama.

Chico Buarque – Chico: O artista cheio de inspiração! Simples e sem “delongas”, um clássico! Minha música preferida – Essa Pequena.

Mallu Magalhães – Pitanga: O tempo tem contribuído para a artista que esbanja maturidade a cada disco. A fase de talento prodígio já passou há tempos. Minha música preferida – Velha e Louca

Marcelo Camelo – Toque Dela: A carreira solo faz alguns fãs do Los Hermanos duvidarem sobre a volta da banda. Seu segundo disco é ainda mais agradável que o de esteia, Camelo parece ter optado por melodias e arranjos mais populares. Minha música preferida – Ô ô

Criolo – Nó na Orelha: Uma unanimidade! Um artista com origem no hip hop, mas que não se restringe a ele. 2011 foi o ano de Criolo, aclamado pela crítica e por “Dinossauros” do porte de Caetano e Chico, que até deu boas vindas: “Evoé jovem artista!” Minha música preferida – Não Existe Amor em SP.

Marisa Monte – O Que Você Quer Saber de Verdade: Outra artista que sofre com a exigência de novidades. Talvez pela expectativa gerada pelo espaço entre seus trabalhos, o fato é que alguns especialistas não gostaram do seu mais novo flerte com as melodias mais populares. Eu gostei… E recomendo. Minha música preferida – Aquela Velha Canção.

Romulo Fróes – Um Labirinto em Cada Pé: Artista da nova cena da música paulistana, “Um Labirinto…” o coloca entre os mais criativos. Canções bem elaboradas em sua forma e letra compõem um disco inteligente e agradável. Minha música preferida – Rap em Latin (com a marcante participação de Arnaldo Antunes).   

Aos 45 do Segundo Tempo

Morte de Daniel Piza

No estertor de 2011 perdemos uma grande referência do jornalismo cultural; aos 41 anos, Daniel Piza nos deixou no dia 30.

Como leitor assíduo de suas colunas no jornal O Estado de S. Paulo, admiro seus textos recheados de referências e de honestidade ímpar. Ao contrário de seu evidente conhecimento e erudição, sua escrita era direta, coesa e palatável. Enfim, uma grande referência para quem se arrisca nestes campos.

Não o conheci; sequer o encontrei. Mas afinidade não é feita só de proximidade física… Sentirei sua falta Daniel.

Em Tempo

Valeu a pena

Já em 2012, dedico esta “pseudo” última coluna do ano ao meu amigo de longa data Nícolas Macrina, cuja exemplar iniciativa em 2011 me proporcionou este espaço onde dou vazão aos meus devaneios “quase” quinzenalmente. Ter sua confiança e amizade verdadeira há tanto tempo, é um privilégio!

Agradeço também aos poucos amigos que leem meus despretensiosos textos. Que 2012 seja ainda mais especial! Vida longa ao Nossa Jacareí!

e-mail: : [email protected]

 

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